quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Os embusteiros

Uma vez ele perguntou o que caracterizava os argentinos. Quem se dispôs a responder, não entendeu a brincadeira. Os argentinos eram exímios embusteiros porque vendiam uma imagem que não condizia com a realidade. Articulava essa ideia em torno da literatura argentina pela qual passara a ter um apreço. Até brincava que Jorge Luis Borges era um tio seu. Se quisesse, podia citar vários parentes seus perdidos pela literatura e pelas ruas de São Luis, cidade onde nascera em 1973. Pois bem, a literatura argentina permite que se brinque com as suas pretensões. A literatura brasileira, ao contrario, é mais séria. Essa vaga ideia de que os escritores argentino tendem ao embuste se alicerça na leitura de vários escritos de Borges em que se depreende um escritor cuja originalidade se baseia nos comentários das obras alheias. Diferente de outros casos, Borges escreve comentários não como critica literária e sim como ficção literária.

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