quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Quem define o que é civilização e o que é barbarie?

O centro leste maranhense entre tantas regiões do estado pouco comparece na memória do Maranhão. Apesar dessa afirmação um tanto quanto falaciosa, planejava-se um périplo por essa região tão deslocada no mapa. A razão desse périplo se explicava pelas noticias de que a Suzano papel e Celulose plantara milhares de eucaliptos sobre o Cerrado daquela região desavisada. A empresa aportara por Chapadas inequívocas com a (des)graça dos governos que viam com bons olhos os projetos de plantar mais de 600 mil hectares de eucalipto no Maranhã, Pará, Tocantins e Piaui par alimentar três fábricas de celulose no ano de 2010. Os donos verdadeiros dessas Chapadas atendiam pelo nome de quilombolas e em cada uma delas uma comunidade quilombola se sobressaia ano após ano. Os quilombolas se antecederam a quaisquer pretensos proprietários que se rotulem como tais. Eles antecederam em séculos e séculos demoram a fechar. Os séculos nas comunidades quilombolas nem chegam a fechar. As manifestações culturais, folclóricas e religiosas celebram seus antepassados que morreram há muito tempo. Acender uma vela no chão da casa ilumina o ambiente e também é uma promessa/divida de reza. A comunidade de Guerreiro em uma data incerta de 2021 celebrava uma santa de seus muitos santos. Uma comitiva andava pela comunidade bem cedo ao som de instrumentos de corda e de tambores. Essa comunidade de Parnarama se fortalece dessa forma contra as investidas da Suzano e de plantadores de soja que reclamam quase todo o seu território com o fim de desmata-lo. Um dos membros da comitiva era um senhor da comunidade de cocalinho que se especializou em fabricar artesanato com a cara do sertanejo e que saia pelas comunidades festejando a santa. Os moradores da região se identificam como quilombolas, mas a ideia do sertão se difunde por aquelas Chapadas e por essa gente quebradora de coco babaçu, coletora de buriti e comedora de caça. Os negros foram escravizados por criadores de gado numa logica de ocupação do sertão, espaço a ser desbravado e civilizado. A civilização nesses lugares atendia pelos nomes de Estado, igreja e proprietários rurais. Fora disso, a barbárie. Quem define o que é civilização e o que é barbárie no sertão de Parnarama, Matões, Caxias e outros municípios do centro leste maranhense

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