terça-feira, 24 de agosto de 2021

As ilhas e o casarão

A solidariedade se constitui num artigo em desuso. A comunidade de Papagaio se constituiu em torno de um nucleo da família Dias. Quem olha de fora imagina o quanto deve ser difícil viver no Papagaio distante de tudo e de todos . Impressão equivocada por certo. Dificuldade houve e ainda há mas a vida social e familiar que os moradores de Papagaio construíram fez com que se mantivessem fiéis a si e aos campos de onde tiram seus sustentos. Num lugar em que a luz foi instalada apenas em 2002 por intermédio do programa Luz para todos, restava a eles para sobreviverem do ponto de vista econômico pescarem e plantarem roça. Do ponto de vista simbólico, eles sobreviveram através dos seus discursos e das suas práticas diárias. As pessoas ainda cobram histórias de visagem, de vaquejadas, de açudes abertos com as maos, de caçadas, de cobras retiradas os couros e de lagoas. Há também histórias das ilhas que compõem o Horizonte e que mal se vê. Não e pra qualquer um distinguir o que e ilha e o que e campo. O Augusto da família Dias tem prática. Ali e ilha tal. Acolá e ilha tal e qual. Morava muita gente nessas ilhas. A empresa Bomar, do ramo da carcinicultura queria expulsar os Quilombolas da ilha das Pedras e dos Cedros para instalar um grande projeto de camarão em cativeiro. Felizmente, o projeto se encontra parado e as comunidades permanecem em seus Territórios. Outra ilha que Augusto contou a história foi a ilha das Berlengas onde um italiano construiu um casarão.

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