terça-feira, 8 de setembro de 2020

Os campos de Viana

Alessandro Lamar, sociólogo, Mayron Régis, jornalista, e Sabino, técnico agrícola, rondavam pela cidade de Viana no carro pau pra toda obra de Alessandro. Ele aposta na mega sena e caso ganhe pretende trocar de carro. Apostou várias vezes e na sua avaliação quase ganhou em algumas dessas vezes. Se o resultado for os números 10, 22, 34, 43, 51 ele marcou no papel 8, 20, 32, 45 e 56, quer dizer, passou “raspando” a trave na narrativa radiofônica de um jogo de futebol e quando se vê na tv a bola subiu muito acima do travessão. Eles buscavam uma loja que vendesse material para a oficina de horta no povoado Graça, município de Matinha. A cidade de Viana se notabilizou pela denominação “Cidade dos lagos maranhenses” pois a água surge e insurge-se em várias partes e até mesmo onde a água não é vista e nem sentida, pressente-se que ela chega por lá em invernos rigorosos. Em outro momento da ronda, Alessandro Lamar e Sabino caçavam uma papelaria na qual xerocariam um livreto com textos e fotos que disponibilizariam informações para as mulheres quilombolas que participariam da oficina. O jornalista Mayron Régis pediu licença para, enquanto isso, fotografar as baixas da Cidade. Um desconhecido andando pela cidade sempre é motivo de inquérito verbal dos moradores tradicionais. Um idoso interpelou o jornalista com uma voz quase inaudível (quem é, de onde é). Curioso como é, perguntou ao idoso qual era o nome da Baixa. Não obteve resposta do idoso. Ficou sabendo, pela dona da papelaria, que, sozinho, avistara os Campos de Viana. Nos Campos de Viana, a garotada jogava bola, os barcos estacionavam a espera de algum compromisso e o gado pisoteava a areia como se fossem os únicos seres vivos na face da terra.

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