quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Comer pouco causa insatisfação

As pessoas nunca se satisfazem com pouco. Os amigos cortavam as ruas do bairro Filipinho e conversavam sobre a politica do Rio de Janeiro. O governador e o prefeito se ferraram e o fato de serem bolsonaristas melhorava o quadro. A disputa eleitoral para prefeito de São Luis apontava que ficaria entre um evangélico de esquerda e um direitista com apoio de bolsonaristas. Tudo com olhos voltados para a eleição de 2022 (governo do estado e presidente da republica), pois o bolsonarismo precisa de bases eleitorais no nordeste e precisa enfraquecer os partidos de oposição onde se fortalecem. A eleição do Bolsonarismo em 2018 se deu muito em função do desgosto experimentado por um eleitorado que votou na esquerda ate 2014, mas que começou a mudar seu voto na eleição de 2016 depois dos escândalos encabeçados por partidos de esquerda. Em São Luis, o bolsonarismo não é cabeça de chapa. Ele prefere ficar nas sombras instigando os demais partidos para, enfim, cobrar mais tarde sua parcela do butim eleitoral. As elites vêem na campanha eleitoral uma estratégia para conquistar o estado. No Coroadinho, ouve-se um pouco desse sentimento de insatisfação que abriu as portas para o Bolsonarismo e seus parentes ideológicos como sucedeu em vários estados e municípios. As lideranças politicas tradicionais, ligadas a partidos políticos e movimentos sociais, perdem espaço ou são cooptadas pelo discurso do novo com cara de velho. A senhora Joana, micro empresaria do ramo de alimentação, é proprietária de um pequeno comercio de comida à avenida principal do Coroadinho (o seu filho é candidato a vereador). Ela conta mais de vinte anos a existencia de seu negocio naquele local. Antes, ela cozinhava mocotó no bairro Filipinho num restaurante. Trabalhava um dia e descansava outro. Ela sentia saudades dessa época pelas gorjetas e pelos agrados que recebia. Nos tempos atuais, as pessoas mal têm dinheiro para comprar comida. “Tu tens cara que ganha muito dinheiro. Só no cartão de debito’. Quem vê cara não vê coração. O jornalista não sabia de onde ela tinha tirado essa ideia de riqueza. Outra coisa que o cismou foi a amiga te-lo injuriado por comer pouco. “Tu vieste dizendo que comeria comer mocotó. Pensei que comerias muito. Quando eu vejo comeu pouco”.

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