sexta-feira, 4 de outubro de 2013

COMUNIDADES RESISTEM A PROJETOS DE EUCALIPTO E DE SOJA NO BAIXO PARNAIBA




No final e julho de 2013, reuniram-se no Incra representantes da comunidade de São Raimundo, município de Urbano Santos, o senhor Evandro Loeff, proprietário a área, seu advogado, o senhor José Inácio Rodrigues, superintendente do Incra, o senhor Lucilio, do setor de obtenção de terras do Incra, Diogo Cabral, advogado da Fetaema, e Mayron Régis, jornalista e assessor do Fórum Carajás. Com essa reunião, o Incra pretendia destravar o processo de desapropriação da fazenda São Raimundo que se encontrava paralisado por obra de uma liminar da justiça federal que o proprietário obtivera em 2010. O superintendente José Inácio encaminhava a reunião na tentativa de formalizar um acordo. Durante a conversa, o advogado do senhor Loeff informou aos demais participantes da reunião que a justiça federal anulara todo o processo de desapropriação numa decisão recente. Com essa informação, o senhor Loeff e o seu advogado talvez esperassem que o Incra e a comunidade desistissem da desapropriação e aceitassem uma doação de 200 hectares. O superintendente do Incra discordou da proposta. Avaliava que 200 hectares era muito pouco para uma comunidade de mais de 50 familias e que caso concordasse com a proposta o Tribunal de Contas da União poderia questiona-lo sobre seu ato administrativo. A fala do superintendente demonstrava que o Incra continuava interessado na desapropriação da área e que caso se confirmasse a decisão da justiça federal o órgão procederia com uma nova vistoria no imóvel. O jornalista Mayron Régis perguntou ao advogado se realmente ele acreditava que 200 hectares manteriam mais de 50 familias em situação digna. Ele respondeu que não era problema deles. Depois, em conversa com o advogado Diogo Cabral, Mayron Régis comentou que diferente da comunidade de São Raimundo que era acompanhada pelo Fórum Carajás, pela Fetaema e pela SMDH, outras tantas comunidades não tinham a menor chance num confronto com um proprietário ou com uma empresa pela falta de acompanhamento jurídico ou acompanhamento politico. As comunidades do Pólo Coceira, município de Santa Quitéria, poderiam ter sucumbido a pressão da Suzano ou de um plantador de soja com aval da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão. Depois de resistir a Suzano, as comunidades resistem ao senhor Claudio Martelli, plantador de soja do Mato Grosso, que tenta grilar mais de 1000 hectares dentro dos povoados de São José e Lagoa das Caraíbas. As terras do pólo Coceira (Coceira, Baixão da Coceira, São José e Lagoa das Caraíbas) estão sendo regularizadas pelo Iterma num processo que se iniciou em 2009. As comunidades sabem direitinho que a documentação do senhor Claudio Martelli foi forjada pelo senhor Chico Zulmira famoso grileiro da região.
Mayron Régis

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