segunda-feira, 4 de março de 2013

Mulheres trabalhadoras rurais sem terra: do fogão pra revolução



“Mulheres sem terra, qual é sua missão, acabar com o latifúndio e fazer revolução”. Foi assim que mais de mil mulheres, adentraram a fazenda Água Vermelha, de 2.900 hectares, no município de Itabela, com plantio de eucalipto. Agora somam-se 23 acampamentos  em áreas de Veracel Celulose e Suzano Bahia Sul na região. São cerca de 7 mil famílias acampadas.
O silêncio da madrugada foi substituído pelo tilintar dos facões e o barulho das árvores inúteis que caiam em fileiras. E quando o sol brilhou no horizonte, as incansáveis mulheres seguiam derrubando eucaliptos e construindo os barracos, que surgem na ordem das necessidades. Em primeiro lugar a cozinha e o posto de saúde. Nenhum sinal de cansaço. E, quando, indagou-se a respeito, cantaram, “oh, abre alas que as mulheres vão passar, com essa ocupação muita coisa vai mudar. A nossa luta não é forno e fogão, a nossa chama vem do fogo da revolução”.
Esse ato, tem como objetivo denunciar a concentração de terras na região pelas empresas de celulose; a degradação do meio ambiente; a violência causada pela expulsão do homem do campo e o alto índice de desemprego. 
Recentemente o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgou que “a Bahia concentra cinco dos dez municípios com os maiores índices de vulnerabilidade juvenil à violência (IVJ-Violência). Eunápolis está no topo da lista, em primeiro lugar. Também estão entre os mais vulneráveis Porto Seguro, Paulo Afonso, Lauro de Freitas e Teixeira de Freitas”. Dos cinco, três estão no Extremo Sul da Bahia. Eunápolis, Porto Seguro fazem parte do projeto da Veracel Celulose e Teixeira de Freitas está emergida no eucaliptal da Suzano Bahia Sul.
“O índice considerou as taxas de violência a que os jovens de 12 a 29 anos de idade estão expostos, considerando homicídios; mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas e o acesso ao mercado de trabalho. O levantamento comparou os dados de 2007 e 2010, em 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes em 2010”.
A REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE vem a público novamente, repudiar este modelo de desenvolvimento baseado na exclusão social, na exploração dos recursos naturais e das pessoas que herdamos da colonização e  vem mudando de roupagem em cada nova ordem. Monarquia e república e hoje, o mito da democracia.  Um modelo concentrador de terras, de renda e de tecnologias que rouba os direitos das pessoas e empurra a maioria para as cidades que fazem desta um campo de batalha visto que elas se amontoam em condições desumanas. Isto resulta em violência permanente da fome, prostituição, crianças e adolescentes abandonados, da discriminação, violência contra mulher, pobres e negros, do crime e da marginalidade.
REFORMA AGRÁRIA: POR UM BRASIL LIVRE DE LATIFÚNDIOS
Extremo sul da Bahia, 04 de março de 2013.
REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE – Brasil

racismo ambiental

Um comentário:

  1. Reintregação de posse já...

    Bandidos, depredadores de patrimônio alheio...

    Pilantras..

    Vão trabalhar cambada...

    ResponderExcluir