quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Bacurizeiros: um caminho imaginativo


Não há espaço para imaginação em um campo de eucalipto. Dificilmente, alguém confundiria os eucaliptos com gigantes como fez Dom Quixote ao ver moinhos de vento. Os eucaliptos expulsaram a imaginação, suas formas e suas cores para bem longe. Em vários casos, reduziram-na a meras placas de reservas legais. As pessoas se conformam com a perda da imaginação. Quer dizer, nem todas as pessoas. A imaginação segue aquele que se arroja. O quintal do Deuzim, morador do povoado Coceira, município de Santa Quitéria, Baixo Parnaiba maranhense, recobre-se de inúmeras brotações de bacurizeiros. Elas formam um caminho da casa à sua roça. É um caminho imaginativo. Antes, os filhos do Deuzim arrancavam as brotações abrindo espaço para os plantios de mandioca e de feijão. Só alguém com imaginação muito fértil para prever que aquele chão comportaria inúmeras brotações depois que outras tantas haviam sido arrancadas. Para sobreviver como espécie, um bacurizeiro, ao ser derrubado, providencia brotações num raio de extensão impressionante.  
Mayron Régis

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