segunda-feira, 26 de julho de 2021

Os impactos da Suzano Papel e Celulose nas regiões centro oeste e centro leste maranhenses

Os plantios de eucalipto da Suzano papel e celulose se localizam dos lados oeste e leste do estado do Maranhão. Essa localização se explica historicamente no caso do lado oeste pelo projeto Celmar que a Vale do Rio Doce pretendia instalar na região de Imperatriz no final dos anos 90. Um projeto que incluía oitenta mil hectares de plantios de eucalipto e uma fábrica de celulose com vistas a exportação. O mercado internacional de papel e celulose levou a Vale a reavaliar seu projeto e engaveta-lo. A Suzano papel e Celulose, parceira/socia da Vale em vários empreendimentos pelo Brasil, ressuscita o projeto em uma amplitude maior, prevendo plantios em boa parte do oeste maranhense, no norte do Tocantins e sudeste do Pará. No caso do Maranhão, a empresa compro os ativos da antiga Celmar, os cerca de 80 mil hectares. Houve várias denuncias de apropriação indevida de territórios tradicionais por parte da Vale para o projeto da Celmar. Esse passivo socioambiental entrou na conta do projeto da Suzano papel e Celulose que evitou responder aos questionamentos da sociedade civil. Como sempre, a empresa em vez de responder as demandas da sociedade civil age por detrás propondo parcerias com movimentos sociais e pedindo reintegração de posse para áreas ocupadas por comunidades rurais. Essas comunidades são em sua maioria comunidades isoladas e com pouca visibilidade socioeconômica. O governo do Maranhão pouco se interessa por essas questões a não ser que haja uma pressão exercida por diversos setores da sociedade. Tem que se ter em mente que as regiões centro oeste e centro leste do Maranhão foram destinadas para a grande propriedade rural de criação de gado. O Estado brasileiro via nisso uma forma de ocupar a amazonia e regiões vizinhas. A criação de gado, no entanto, não deu os resultados esperados e o eucalipto surge como uma resposta do mercado para essa circunstancia. E as comunidades de agricultores familiares, extrativistas e quilombolas que giravam em torno dessas propriedades? A Vale, em primeiro lugar, e a Suzano, em seguida, não queriam saber se derrubariam babaçuais no transcorrer da implantação de seus projetos, o que importava era tocar os projetos como planejado. Há o caso da comunidade de Curvelandia, comunidade rural que sofre impactos pelo transporte de toras de eucalipto para a fábrica da Suzano a beira do rio Tocantins. Essa comunidade também sofre impactos porque além de agricultores também são pescadores e a Suzano Papel e Celulose despeja os resíduos da fábrica no rio.

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