terça-feira, 18 de maio de 2021

A caminhada

Ele quis saber do vizinho onde poderia comprar ração para frangos nas redondezas e aquela hora da manhã. O vizinho não pensou duas vezes: “Liberdade”. O rapaz fazia o giro para encarar a estrada quando escutou “Vou lhe fazer companhia. Quero ver se encontro algo do computador a fim de comprar”. Logo nas primeiras quadras, o vizinho parou para sondar “Ei não sei quem, tens cabo não sei qual? ”. O destinatário da sondagem banhava e se houve resposta a audição ouviu nada. Os dois voltaram a caminhar. O vizinho aconselhou andarem pela estrada da Vitoria evitando a parte central do Monte Castelo. Receava um assalto? Bem, por segurança decidiram consensualmente caminhar pela Estrada da Vitoria muito mais movimentada do que o Monte Castelo aquela hora. Alguns dos comércios à beira da pista abririam suas portas depois das oito e o relógio marcava sete e meia da manhã. O Gaiolão, pelo contrário, atendia os clientes com as portas escancaradas. O rapaz estranhou tanto que soltou uma para o amigo: “Aqui não ficava o famoso bar Gaiolão?”” Sim”. Um dos mais excêntricos bares da região Monte Castelo, Fé em Deus e Liberdade mudou de estilo de negócios ou do vinho para água. Os caminhantes davam conta de tudo. Eles se maravilharam com um grafite representando Leonardo do boi de zabumba e com outro grafite gasto representando a rua Portugal localizada no centro histórico de São Luis. O vizinho era daquele tipo de gente que não pode ver uma e nem pode pisar numa feira. Cumprimenta quem passa pela frente e compra a feira toda. E o amigo que compraria ração para frango e para gato pegou o gosto e comprou itens do dia a dia da casa. Umas coisas não mudam na Liberdade e na Estrada da Vitoria: andar apertado com um ônibus ou um carro passando rente aos pedestres.

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