sábado, 22 de fevereiro de 2020

Sebastiana

Sebastiana, avó de maelson, xingava a morte das piores imagináveis. Ela a esquecera.com os filhos e os netos. Praticamente falando sozinha. Um dia, Sebastiana comunicou a filha que finalmente iria morrer. O dia seguinte seria a data. A filha se irritou "pare já com isso." A mãe voltou a carga pela manhã " Vou morrer hoje. Vejo as fotos de meu pai e meu irmão." " Tá mamãe, pelo menos deixe que eu vá comprar um tomate no mercado." Ela saiu. No retorno a sua Casa, no povoado de Guarima, município de São Benedito do Rio Preto, Sebastiana pede lhe um favor. " Não posso morrer sem me banhar antes minha filha. Podes dar um banho?" Ela atende o pedido da mãe. Senta a a cadeira e busca uma toalha para enxugar a idosa. Com a toalha em mãos, presencia o corpo inerte sobre a cadeira. Ela partira. Maelson conclui que sua avó escolhera o dia e a hora da morte.
Essa é uma das muitas histórias de Guarima. Território quilombola, lugar de esconderijo para negros fugitivos, passagem da Balaiada, primeiro alambique da região, dificuldade de andar com tanta água aflorando em cada recanto da terra.
O Maelson enumera três nascentes no território quilombola de Guarima. A principal delas, ele a desvenda por entre jucarais e buritizais. A chuva desembestou uma enchente no dia 19 de fevereiro de 2020. Nas outras duas, o agrotóxico impregna a alma da água vindos dos plantios de soja na área vizinha. Os proprietários dessa área requerem o território quilombola de quilombola. Apresentaram documentos de cartório e pediram uma reintegração de posse na comarca de Urbano Santos. O juiz de Urbano Santos foi pessoalmente se os moradores de Guarima São quilombolas ou não. O promotor foi junto. Maelson estava na ocasião. Para ele, o juiz parecia mais um.advogado da proprietária do que um.juiz isento porque exigia que a comunidade aceitasse um acordo. "Vejam bem ela é uma coitadinha. Veio de tão longe(SC) para trabalhar aqui. E outra coisa. Ele (Maelson) engana vocês. Ele pode ser preso por fraude processial. Aqui não é quilombola. Cadê os negros? Cadê o terreiro de macumba? A senhora ai (tia de Maelson) dance para nos vermos." A senhora apenas respondeu que era evangélica.
A comunidade de Guarima e reconhecida pela fundação Palmares como quilombola, contudo o juiz ao conceder uma liminar favorável aos sojicultores não reconheceu s certificação de Palmares e pede que a fundação revise a certificação, sendo que a fundação e órgão federal e o.juiz e estadual. O promotor contestou essas deliberações vindas da parte do juiz de Urbano Santos

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