terça-feira, 19 de novembro de 2019

O projeto "genial" da soja no Maranhao

Os 900 hectares desmatados na Chapada do Brejão, município de Buriti, ocorreu em sua maior parte devido a politica do governo do Maranhão em flexibilizar e agilizar o licenciamento ambiental, principalmente, para os plantios de soja. Não houve um direcionamento explicito até porque isso é ilegal. Agora, sendo a soja a cultura que traz mais retorno financeiro para o estado do Maranhão, chegar a conclusão de que qualquer politica de flexibilização do licenciamento tende a favorecer em grande medida, justamente, esse setor é quase inevitavel. É claro que não se deve esquecer que alguns grupos empresariais que lidam com a soja plantam outras culturas depois da colheita. As elites dirigentes e econômicas do estado do Maranhão fizeram sua escolha em relação a soja tem bastante tempo. Elas foram empurradas a essa escolha e outras decorrentes desta pela necessidade de captar moeda estrangeira, principalmente o dólar, em curto prazo e assim financiar a estrutura estatal e certas demandas da sociedade como um todo. Uma dessas demandas é o consumo. Não custa nada lembrar a lei Kandir dos anos 90 que liberou a  soja de pagar impostos com a desculpa de que ela assim seria mais competitiva. Essa liberação de impostos ocorre com o proposito de complementar a implantação do plano real, politica econômica que por um certo passe de mágica equiparou o real ao dólar. Ora o que precifica a comercialização da soja a nível mundial é o dólar. Quanto mais se abate os impostos em real mais o produto ganha em dólar e o pais aumenta suas reservas financeiras. Como é um dinheiro de curto prazo em todos os sentidos a lógica de quem o administra é investi-lo novamente em negócios de ganho rápido na especulação financeira e na compra ininterrupta de terras. Como se diz “Não pode deixar o dinheiro parado”. Caso fique parado, perde-se uma oportunidade que, de repente, tem tudo para ser a “genial”. O projeto de desmatamento da Chapada do Brejão idealizado pela família Introvini provavelmente era visto como “genial” tanto por esta família como pelo grupo João Santos que repassou a terra. “Genial” por que? Os Introvini iriam receber e desmatar mais de três mil hectares o qual pagariam 500 reais por hectare só após as primeiras colheitas. E por que eles pagariam apenas 500 reais o hectare ao grupo João Santos imaginando que com o tempo o hectare valeria muito mais? O Grupo João Santos fraudou documentação no cartório para passar a certeza de que a Chapada do Brejão lhe pertence. Provavelmente, os Introvini, sabedores da fraude cartorial, impuseram o preço e as condições de pagamento e o grupo João Santos em estado de falência aceitou sem pestanejar.    

Um comentário:

  1. Os Introvini com o grupo João Santos já deveriam ter ido embora do Brejao. Só mesmo o Vicente para enfrenta-lo.

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