segunda-feira, 1 de maio de 2017

Acampamento no Maranhão inicia colheita de 200 hectares de arroz

Cerca de 150 famílias ocupam a área desde 2014

Brasil de Fato | São Paulo (SP)
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Uma área cultivada de 200 hectares de arroz no município de Bom Jesus das Selvas, no centro-oeste maranhense, é símbolo da resistência de 150 famílias que ocupam essa terra desde 2014.
No Acampamento Buritirana, do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a colheita do arroz já começou.
A expectativa é alcançar o volume de 7 toneladas neste ano.
A produção é livre de agrotóxicos e pode garantir o sustento das famílias acampadas por quase um ano.
Reynaldo Costa, da coordenação do MST na Região Sul do Maranhão, destaca que a boa safra é uma demonstração da fertilidade da terra.
“É a primeira vez que se planta nessa quantidade. Antes, como é uma situação de acampamento, as áreas de cultivo eram muito pequenas e nesse inverno os trabalhadores decidiram por expandir mais o tamanho da área plantada para termos uma produção suficiente para alimentar as famílias acampadas e demonstrar para a sociedade que vale a pena lutar pela terra”, disse.
Mas não é só o arroz que vai garantir a subsistência das famílias.
Milho verde, feijão, melancia, além das verduras, entre as elas, quiabo, tomate e a vinagreira, conhecida na região como cuxá, são mostra da diversidade da produção.
A área cultivada pelas famílias, no entanto, enfrenta pressões.
Após os trabalhadores ocuparem a área da Fazenda Rodominas, uma parte da terra foi arrendada pela empresa Suzano Papel e Celulose para plantação de eucalipto.
O integrante do MST explica a situações de conflito.
“Há uma situação sempre de tensão, aquela expectativa se vamos ficar aqui ou não. Se a gente vai nos ser dado o direito de terminar de colher a produção, quantos anos vamos ficar por aqui. Então a reivindicação maior é que se cumpra o mais imediato possível que se resolva a decisão de onde os trabalhadores vão ser assentados”, apontou.
Procurada pela reportagem, a Suzano Papel e Celulose disse, em nota, que uma reunião em outubro de 2016 entre trabalhadores e autoridades, como o Incra e o Ministério Público, definiu que a área onde está o acampamento deveria ser desocupada até março deste ano.
A Suzano destacou que aguarda a resolução de um processo judicial sobre o tema.

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