sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Eucalipto: uma grande peste no município de Urbano Santos





Sem retorno nenhum para a agricultura familiar em nosso município e região, tampouco para o desenvolvimento sustentável, a peste do eucalipto se alastra em todo território de Urbano Santos e Baixo Parnaíba há mais de três décadas. Os grandes plantios de eucaliptos chegaram nesse chão no inicio da década de 1980 com a Empresa Florestal que depois foi chamada de Paineiras e hoje Suzano Papel e Celulose. A partir daí essa monocultura começa a prejudicar tanto a questão ambiental, quanto também os processos fundiários das comunidades tradicionais. O problema do eucalipto deixa mais do que claro o sugamento dessas multinacionais que vieram se dá bem com nossas terras e ainda mais, sem nenhuma preocupação com o bem-estar de nossa população sofrida e oprimida.
Quando se viaja para a zona rural mais ou menos ali nas extremidades dos povoados Ingá e Santana, estes que estão afetados diretamente pelo grande impacto, percebe-se o grau de pobreza da população ingênua do que vem acontecendo ao seu redor. As crianças desnutridas, nuas e doentes, a população passando fome, miséria e desacato aos direitos humanos e da vida; mas é só olhar para os lados na beira da estrada: um mar verde de eucaliptos que some no horizonte infinito. Então fica a pergunta bem direta sem arrodeio: como é que a Suzano se preocupa com as  comunidades onde ela opera seu sistema devastador das florestas e do cerrado, sem que nesses pobres povoados não existem nada de retorno: telefones, hospitais, escolas... nada? Tudo bem isso pode até ser dever do poder público mais eu estou aqui revertendo por outro ângulo, aquilo que deveria ser o correto. Saibam que agora a Suzano fez um pacto com a China de exportar papel e celulose para o outro lado do mundo e aqui como nós ficamos? Sem nada, apenas com nossos rios, riachos e lagoas secas porque os monstros verdes sugam toda água do subsolo, além disso ainda ficamos também sem os pássaros que não tem mais onde pousar e jamais pousarão em campos de eucaliptos, sem os pebas, tatus, veados, cutias, preás... em fim uma enorme variedades de animais tão quanto a flora das chapadas como bacuris, pequis, mangabas, candeias e etc estão desaparecendo rapidamente. O correntão da Suzano não tem pena de nada leva tudo que encontra pela frente. Há alguns dias atrás um avião sobrevoava o município de Urbano Santos e as pessoas perguntavam-se que avião era aquele que não queria pousar. Pois bem este avião era um ateador de veneno e inseticidas nos campos de eucaliptos nos povoados mato grande e joaninha, nesse sentido o veneno não fica apenas nos campos mas escoa para as laterais adentrando nas nascentes dos riachos que abastecem as comunidades em todos os aspectos, lavam roupas, os bichos bebem e assim sucessivamente, mas podemos dizer que estas águas nunca mais serão as mesmas. E ainda é importante lembrar já que falamos nesses povoados, a Suzano antes de plantar eucaliptos por exemplo no povoado Joaninha ela extraiu a madeira nativa da região para a produção de carvão mineral com suas outras empresas chamadas terceirizadas, construíram uma fortaleza de fornos e devastaram toda floresta não respeitando nada... e ainda mais entrou outra questão muito séria, a realidade dos trabalhadores rurais assalariados que faziam toda mão de obra: do corte da madeira, empilhamento à tiragem do carvão pegando fogo nos fornos. É um caso de se pensar. A peste do eucalipto no município de Urbano Santos é um problema que talvez não seja resolvido agora, mas que nunca será aceito. As relações climáticas mudaram e vem mudando radicalmente. Com isso vai apenas uma afirmação convicta, saibam que este é um problema de todos nós.
(JOSE ANTONIO BASTO) / militante dos Direitos Humanos)

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