quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A decadência do progresso e o progresso da decadência

Quase tudo no Maranhão se exagera. Melhor isso, melhor aquilo. Se melhorar piora. Exageros a parte o melhor se revela um pior piorado. A verdade é que no Maranhão quase tudo fica muito longe em termos de distância e em termos de compreensão. O maranhense nem compreende seu vizinho. Vê como o negócio é sério. Isso tem razões do ponto de vista histórico económico e do acesso ao conhecimento. Sempre prevaleceu e prevalece a ideia de um estado atrasado e decadente. E como tal deve se submeter as soluções e iniciativas comprovadamente "certas" vindas de fora. Em 2007, a área de plantio de soja na Chapada entre os municípios de Chapadinha e Afonso Cunha se limitava a mil hectares plantados no povoado Santa Fé. Em um pouco mais de 15 anos, a área de soja cresceu de tal forma que não demora muito Chapadinha e Buriti vão se interligar. O discurso da decadência fundamenta o avanço da soja em Chapadinha e a sua violência física e institucional. O empresário paulista Gustavo Maretto grilou áreas dos povoados Sangue e Veredao na chapada entre Chapadinha e Afonso Cunha. Grilou na cumplicidade do INCRA Iterma judiciário cartório e políticos. Em áudio gravado, o empresário expressava sua indignação pelos agricultores resistirem ao seu projeto que traria progresso para o município e para as comunidades. "Eles vão pagar por isso", afirmou o empresário. E pagaram já que milhares de bacurizeiros pequizeiros e babacuais foram desmatados.

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