quarta-feira, 4 de novembro de 2020

A decadencia e o esquecimento da Casa modernista

Uma rua é um espaço por onde caminham ou passeiam pessoas; é um espaço por onde trafegam veículos; e é um espaço que serve de endereço para uma correspondência ou uma encomenda. Quem sabe o que é mais: um numero, uma equação, um substantivo, uma expressão, uma data histórica, um nome próprio, uma abstração, um coletivo, um comercio e etc? Uma rua expressa intenções, propósitos, projetos, dores, abandono, desejos e sentimentos. O homem não sabe ficar parado e para ao se cansar e ao se dar conta da inutilidade do movimento, portanto, uma rua facilita deslocamentos e causa apreensões naqueles que por ela se deslocam pela primeira vez. A rua direciona esforços físicos e esforços mentais para um sentido. Concebeu-se o Caminho Grande, no século XVII, com o fim de ligar a zona rural ao centro comercial de São Luis. Um fim econômico, por certo, afinal a economia se encarrega de tudo e de todos. Só que não se constrói uma rua somente para ligar um ponto ao outro e nem de uma hora para outra. Iniciou-se a construção do Caminho Grande no século XVII com uma determinada característica que se modificou a medida que casas, comércios, praças, igrejas e etc surgiam ao longo do Caminho Grande nos séculos seguintes. O Caminho Grande, no século XX, foi asfaltado em toda sua extensão o que proporcionou mais pessoas se dirigindo para o centro e vice-versa levando ao surgimento de lanchonetes, restaurantes, campos de futebol, escolas, fábricas, postos de combustível, agencias bancarias, cinemas, casas modernistas e etc. A circulação maior de pessoas reorganiza o espaço antes visto de forma estática. Essa reorganização espacial deixa as pessoas perplexas pois implica na perda de referencias histórico sociais e no ganho de referencias tecnológico estéticas. Na década de 50, a classe media chique de São Luis celebrava casas e casarões imponentes que eram erguidos a partir de projetos de arquitetos modernistas maranhenses. Algumas dessas casas e desses casarões decairam bastante fisicamente e espiritualmente como se vê na avenida Getulio Vargas ( Caminho Grande) e outras deixaram de existir e caíram no esquecimento. O que é melhor (ou pior): a sensação de decadência ou a sensação de esquecimento?

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