quarta-feira, 25 de março de 2020

O amanhecer


Ele levantou antes do dia raiar. Iria adiantar os serviços de casa dos quais se respinsabilizava de acordo com as determinações do seu pai. Acordada com uma fome danada e daquelas, talvez porque fosse se deslocar muito pela Chapada d pelos Baixos. Antes, contudo, cuidaria dos porcos no chiqueiro. Não levaria muito tempo a faze lo. A criação se restringia a alguns animais que exigiam manejo adequado. O zelo não era tanto como poderia se supor. Bastava alimenta -los limpar o ambiente e médica -los de quando em quando. Os animais se destinavam ou ao consumo próprio da família, família pequena para os padrões locais, ou para vender aos vizinhos ou vender a alguém que se agradasse de vê -los e encomendasse a carne. A visão de um chiqueiro dificilmente agrada pela quantidade de resíduos gerados pelos porcos. Por mais habituado que estivesse aquela visão, ele preferia os momentos em que caçava com os amigos ou sozinho. Após a caçada, ele se sentia satisfeito. Nem tanto pelos resultados. As vezes, não se capturava nada. A satisfação se dava por entrar em lugares nos quais nenhum outro entraria. Caçava muito nambu por aquelas bandas entre Urbano Santos Mata Roma d Chapadinha. As bandas pelas quais coincidia o seu percurso de caçador. Quem sabe neste dia capturaria algum animal inesperado que provocasse admiração e falatório no seu povoado?
O que esperava encontrar? Não sabia. O mundo a sua volta se expressava mais pelo silêncio e por sinais do que por palavras.

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