segunda-feira, 23 de julho de 2018

O correntão


A comunidade de Lagoa Seca, município de Milagres, foi proibida por um plantador de soja de coletar bacuri dos bacurizeiros que restaram nesse trecho da Chapada entre Milagres e Brejo, Baixo Parnaiba maranhense. O Antonio de Pauda, vice presidente da Associação de Santa Helena, comunidade quilombola de Milagres, destacou esse fato durante uma conversa no caminho entre São Luis e a Palestina, povoado de Brejo. Os moradores de Lagoa Seca haviam perdido as suas áreas de extrativismo de bacuri no começo de 2009 ao permitirem o desmatamento de sua Chapada. Não era só uma área estratégica de coleta de bacuri. Dela, eles extraiam umas madeiras para construir casa ou cercar suas propriedades na própria Chapada ou nos Baixões e nela eles soltavam seus animais (gado  e porcos). O Manim, filho do Antonio de Pauda, classificou essa perda da Chapada pela comunidade de Lagoa Seca como um tremendo vacilo. Antes do desmatamento, os funcionários do plantador de soja largaram o correntão com a qual eles derrubariam a mata nativa do Cerrado no caminho. Esperaram para ver se a comunidade reagiria contra o possível desmatamento. Depois de duas semanas, os caras retornaram e, como o correntão continuasse estirado sobre a Chapada, entenderam que a comunidade não impediria nada que eles fizessem.      

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