O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
quinta-feira, 17 de março de 2022
casa de comodo e batuque na cozinha no samba de João da Baiana
João da Baiana compôs “Batuque na cozinha” em 1917 e gravou-a anos mais tarde em 1968. Se fosse escolher uma marca para essa musica escolheria a marca do nascimento. É uma musica que trata do nascimento: do samba e do seu próprio nascimento ou renascimento. Nascimento do samba porque ;as batucadas na cozinha da casa grande urbana ou rural foram um dos princípios formadores do samba enquanto ritmo. Nascimento ou renascimento porque a musica é composta em 1917 por João da Baiana, gravada em 1968 e regravada por Martinho da Vila em 1972. “Batuque na Cozinha” ter sobrevivido sem ser gravada apenas tocada é um feito excepcional. Devem existir inúmeros casos parecidos na historia do samba e de outros ritmos presentes na musica brasileira. Dentre tantas musicas, “Batuque na Cozinha” se destaca por escancarar com ironia as circunstancias de nascimento do samba numa sociedade que não desejava que nascesse “Batuque na cozinha sinhá não que/por causa do batuque queimei meu pé”. Em poucos versos, João da Baiana conta e canta o quão negativo significava o batuque/samba para a sinhá e para a policia local. Deve se ver Sinhá e policia local como representações histórico sociais. A figura da sinhá por mais distante que fosse fez parte da vida dos pais e avós de João da Baiana e a polica local prendia não sambista João da Baiana e ;sim um conjunto de sambistas “Preto é igual em qualquer luga;”. A negatividade que Ko]ao da Baiana expressa em vários trechos não diz respeito apenas ao samba. a negatividade tambem diz respeito ao ambiente em que mora. Mora? “Não moro em casa de cômodo/ não é por medo não”. Um negro morar em cada de comodo no começo do século XX era bem difícil porque exigia uma renda que os ngros não aferiam. Então, João da Baiana ao relembrar como se deu o nascimento do samba no século XIX faz um comentário sobre como era continuar vivo no Rio de Janeiro republicano do começo do século XX. ;
Nenhum comentário:
Postar um comentário