Sobre a comunidade
Retiro São João da Mata é um povoado
quilombola localizado em Anajatuba (MA) e certificado pela Fundação
Cultural Palmares desde 27 de dezembro de 2010. Seu processo encontra-se
em fase de elaboração do RTID (Relatório Técnico de Identificação e
Delimitação) do território.
Neste povoado as manifestações culturais
são cultivadas pela tradição do tambor de crioula, que ocorre três
vezes ao ano em comemoração à São Benedito. Há também, o festejo de
Nossa Senhora dos Remédios, que ocorre entre os dias 01 a 16 de outubro.
As atividades econômicas desenvolvidas
no povoado são a agricultura, a pesca e o extrativismo. Cerca de 80
famílias são beneficiadas por cestas básicas no auxilio como complemento
na subsistência. O povoado Retiro São João da Mata não possui
saneamento básico, sistema de coleta de lixo, escola e posto de saúde. A
escola mais próxima de nível fundamental (de 1ª à 8ª série) localiza-se
no povoado vizinho de São João da Mata.
Conflito
O impedimento na travessia ocasionado
pelo trem de concessão da Vale S. A., estacionado ou em movimento tem
causado uma série de transtornos aos moradores. Uma das principais rotas
de acesso à BR 135 que leva até a sede de Santa Rita, centro
político-econômico do município, encontra-se constantemente bloqueada.
Segundo relatos dos moradores, os problemas intensificaram-se a partir
do ano de 2005, quando a Vale construiu um pátio de cruzamento naquela
localidade.
A passagem e o estacionamento do trem
vêm interferindo no tempo de realização das atividades laborais, no
deslocamento das crianças e adolescentes até a escola, e no socorro
hospitalar. Alguns moradores arriscam a vida passando por entre os
vagões do trem estacionado. O único ponto seguro para travessia fica
aproximadamente a 3 km de distância do povoado, a via está em péssimas
condições, cercada por mato, sem iluminação e no período chuvoso alguns
trechos ficam intrafegáveis.
Resistência da Comunidade
Desde que a Vale construiu o pátio de
cruzamento na região, os moradores do Retiro São João da Mata, assim
como povoados adjacentes, solicitaram a construção de um viaduto na
localidade, mas não obtiveram êxito. Como forma de pressionar a empresa a
construir o viaduto e a escutar suas demandas, ameaçaram interditar a
ferrovia. No ano de 2010 fizeram uma denúncia ao Ministério Público
Federal (MPF), que resultou na propositura da Ação Civil Pública nº
8630.81.2013.4.01.3700.
Em fevereiro de 2013, juntamente com
outros povoados adjacentes, interditaram a Ferrovia Carajás por três
dias. Algumas pessoas das comunidades foram apontadas pela empresa como
líderes do movimento e respondem processo interposto pela Vale, que
atualmente tramita na comarca de Santa Rita (processo nº 65.25.
2013.8.10.0118(6522013).
Ainda em 2013 o Juiz Federal Ricardo
Macieira acatou a denúncia feita pelo MPF e emitiu uma liminar proibindo
a empresa Vale de estacionar trens ou parte do comboio na localidade,
objetivando assegurar o livre acesso aos moradores para desempenhar suas
atividades.
Em discussão realizada durante audiência
de conciliação na Justiça Federal entre representantes dos povoados de
Santa Rita, impactados pela EFC, o Juiz Federal Ricardo Marcieira, MPF,
Vale e IBAMA foi apresentada proposta de construção de um viaduto pela
empresa Vale no povoado Vaca Morta, decidido em comum acordo pelo
povoado e comunidades adjacentes.
Reivindicações
Construção de um viaduto;
Reparação das estradas danificadas pelos veículos da empresa;
Desentupimento das fontes hídricas.
Construção de um viaduto;
Reparação das estradas danificadas pelos veículos da empresa;
Desentupimento das fontes hídricas.
Fonte – Justiça nos Trilhos
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