O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 16 de janeiro de 2022
Crime e Castigo
A narrativa de um livro nunca corresponde ;aos fatos a que ela se propõe analisar. E nem deve corresponder. A função da narrativa não é estabelecer relações de igualdade para com o narrado. A função a qual ela se destina é justamente destacar as desigualdades ;presentes no objeto central do seu estudo. A narrativa é o estudo de algo ou de alguém sob bases historicas e sociais. É claro, nem toda narrativa consegue o seu objetivo principal. Nem por isso, quer dizer que ela falhou por completo. As suas derrotas pode resultar em vitorias expressivas em algum trecho. Os trechos iniciais de “Crime e Castigo”, de Fiodor Dostoievski, afastam um leitor que procure um leitura de sentimentos mais elevados. No final do livro, o leitor encontrará um trecho que enche os seus olhos de sentimentos elevados, o que destoa do restante do livro cujos elementos narrativos principais são o crime, a passionalidade e a desesperança. As primeiras páginas de Crime e Castigo ultrajam o bom senso de quem realmente acredita que narrativa e realidade andam sempre agarradas como se nascessem dos mesmos pais. Se narrativa e realidade se igualassem não haveria necessidade de narrar o mundo pois o mundo seria inenarrável.
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