O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 8 de agosto de 2021
A baixada
Antes de chegar a cidade de São Bento vindo de Viana enxerga se os campos inundaveis. Os campos se estendem por vários quilômetros e compreendem uma área incomensurável e inestimável chegando ao município de Bequimao. Para saber mais desses campos fez uma pergunta meio idiota : "Nessa região nunca houve projeto de carcinicultura?" Carcinicultura e criação de camarão exótico em cativeiro. "Aqui nessa região não porque esses campos são de água doce e a carcinicultura precisa de apicuns". A região da baixada registra um isolamento inexorável. Chegava se a região de canoa porque não havia estradas de terra. Os rios e as lagoas cumpriam o papel de estradas e de campo de extração de alimentos. Os antigos moradores provavelmente indígenas coletavam e caçavam alimentos. A agricultura era reduzida. Os moradores viviam sem expectativas econômico sociais e na história da humanidade a agricultura e a primeira grande atividade de impacto econômico social desenvolvida pelo ser humano. Primordialmente pescadores, os primeiros moradores transitavam pela baixada a vontade e em muitos casos solitários. A pescaria e uma atividade de poucas pessoas e que leva um tempo a espera. Qualquer atividade humana exige espera mas no caso da pesca a ansiedade da espera aumenta ainda mais por não se ver abaixo da água. Tem vezes que se pesca bem e tem vezes que se pesca mal. A carcinicultura como todo grande projeto econômico pensava em substituir a ansiedade da espera humana pela certeza da produção industrial em larga escala. Felizmente, organizações da sociedade civil entre os anos de 2003 e 2004 realizaram várias iniciativas questionando os impactos da carcinicultura ao meio ambiente e a segurança alimentar das comunidades ribeirinhas e das populações pobres das cidades do litoral maranhense.
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