O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
A graça da panelada
O bar do Deco, na feira da Praia Grande, destina os dias de sexta e sábado para o mocotó. Não é que nesse dia se coma apenas mocotó. O cardápio vai de assado de panela, cozidão, fígado, pescadinha, pescada e etc. O mocotó ultrapassou a rotina dos bares e restaurantes da cidade de São luis. Ficou difícil, quase impossível, para alguns comerciantes oferecer mocotó todos os dias da semana. O preço dos itens para o preparo de um mocotó saiu da faixa de segurança muito motivado pela demanda que não decresce. O mocotó virou iguaria, após décadas de exclusão gastronômica, e quem não come um prato deve ( e alguns enfatizam esse desgosto) parecer um extraterrestre aqueles que assumidamente comem em um dia, pelo menos, da semana. O dia no qual o mocotó se tornará símbolo nacional se aproxima. O calendário marcará a data para que as pessoas se lembrem no exato instante em que acordarem. O horário preferido para comer é de manhã cedo e deve ser requentado para não perder as suas características historicas especificas e uma dessas características diz respeito ao fato de que quem o consumia eram pessoas que amanheciam, vindos da farra ou de atividades de trabalho. Para cada região ou estado haverá adaptações. Em Imperatriz, não se fala mocotó e sim panelada (panelada porque é feita em grande quantidade e numa panela de pressão) e aquele ou aquela que for experimentar a panelada imperatrizense pergunte onde fica as “quatro bocas”. Quem falar de mocotó em Imperatriz vai morrer esperando uma resposta. Difere se falar de panelada porque se pode ouvir uma defesa apaixonada do prato como se fosse a melhor comida da face da terra. Naquele espaço singular (as quatro bocas ou um box qualquer de mercado publico), certamente, a panelada (ops) o mocotó se equivale aos ou supera os melhores pratos gastronômicos, se bem que, mesmo nesse espaço singular, aparecerá alguma discordância vinda de alguém querendo “fazer graça” como foi o caso de Duarte Junior, então membro do governo Flavio Dino, que acompanhava a comitiva governamental na cerimonia de inauguração da reforma do mercado da Macauba, centro da cidade. Duarte Junior entrou na onda de provar o mocotó. Sem experiência, ele “fez graça” de quem parece gente do povo e não é.
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