segunda-feira, 8 de junho de 2015

Grito pela promoção da Agrobiodiversidade e Biossegurança nas Comunidades Rurais do Baixo Parnaíba Maranhense


Comunidade São Raimundo
        As mudanças sociais e ambientais na Região do Baixo Parnaíba Maranhense são do saber de todos que começou a partir do impacto causado pelo agronegócio do eucalipto e da soja. Nesse sentido as organizações sociais da sociedade civil organizada vêm clamando desde os seus surgimentos, por políticas de apoio às causas das reformas de base em especial a Reforma Agrária. Pensar em um modelo de desenvolvimento para as comunidades rurais de nossa região, temos que primeiro nos preocupar com as alternativas a respeito dos processos agrícolas e as tradições extrativistas das populações tradicionais, uma vez que todo esse leque de valores já vem sendo ameaçado.

desmatamento para o plantio de eucalipto
        Promover a Agrobiodiversidade no Baixo Parnaíba talvez não seja um bicho de sete cabeças, mas com toda certeza será uma questão de pura determinação contínua daqueles e daquelas que gritam pela concretização dos direitos humanos e da vida. Penso que para se criar um programa de conservação de manejos sustentáveis e alternativos não dependem só das lutas e protestos, mas também do interesse dos próprios governantes -, uma vez que as leis possam pelos seus gabinetes. Esse projeto deve em seus determinados objetivos tratar, sobretudo do respeito às áreas territoriais dos povos das chapadas, seus mapas de caça e pesca e práticas na agricultura familiar de subsistência com utilização das sementes crioulas e tradicionais – tratando assim do patrimônio florestal e faunístico da região, assegurando a reprodução dos sistemas de produção segundo as especificidades socioculturais no ecossistema. Para isso é preciso ainda se preocupar com a biossegurança das comunidades – revendo a lei da Biossegurança garantindo assim a produção e comercialização dos produtos da roça, combatendo os cultivos transgênicos e aplicação de venenos tóxicos nos campos das monoculturas de soja e eucalipto, um vez que todos esses desacatos ameaçam a vida e a soberania alimentar das comunidades, causando vários danos irreversíveis ecológicos e sociais.

família camponesa da comunidade Prata do Hilton - U. S
        Todo esse floreado é pra deixar bem claro sobre a problemática sustentada pelo capitalismo selvagem em sua ganancia por lucros e lucros, usando seu poderio econômico para adquirir mais terras deixando para traz um legado hediondo de crimes ecologicamente perigoso não apenas para os povoados, mas também para as populações que vivem nas cidades; sendo estas dependentes dos bens naturais das comunidades como produtos agrícolas e água. As nascentes dos rios baixo-parnaibense estão ameaçadas e muitas delas já desapareceram. O agronegócio toma conta de áreas incalculáveis, os camponeses na defesa dos seus direitos vão para o enfrentamento – é daí então que surge intensos conflitos agrários envolvendo famílias de trabalhadores rurais, proprietários e grupos empresariais. Cabe nessa proposta aos governantes e donos da lei, como os sistemas executivos, legislativos e judiciários e o Ministério Público estabelecer mecanismos para garantir a segurança das famílias atingidas em tais situações de violações dos direitos humanos.

        As chapadas merecem viver como viviam antes. Como é triste ver bacurizeiros e tantas outras espécies sendo derrubadas, virando carvão dando lugar para o plantio de eucaliptos e soja. A violência no campo do Baixo Parnaíba Maranhense é uma página quase esquecida pelos órgãos jurídicos de proteção a pessoa humana. Muitos casos de desrespeitos e impunidades são constatados no dia a dia de nosso povo.
lagoa da comunidade Santa Maria - U. S
A Reforma Agrária é a ponta marcial das reivindicações nas atividades dos movimentos sociais, acredita-se que através dela nas titulações e arrecadações fundiárias das terras doadas aos camponeses, melhorias virão sim, com certeza –, concretizando todo esse conjunto de privilégios; realizando então um sonho adormecido há tempos reivindicado sempre pelo movimento social.

José Antônio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos
email: bastosandero65@gmail.com

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