O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 14 de janeiro de 2024
celebrar
Celebra se uma divisão entre sofisticação e artesanato no Brasil e no Maranhão e isso inclui produção e consumo de frutas. Segue se a lógica que provar determinadas frutas é para poucos mortais. Quebrando a casca do bacuri e sorvendo sua polpa você será premiado com a imortalidade? O consumo de frutas por parte da população maranhense e ludovicense e mínimo e geralmente esse consumo limita se a frutas exóticas. As frutas atraem pelo formato pela cor pelo cheiro e pela disponibilidade. Tem que se estraga a beira da estrada e o que se vê muito por aí. A beira da estrada continua sendo o melhor lugar para se apreciar a variedade de frutas e o tamanho do desperdício. E o desperdício no fundo e menosprezo por qualquer cultura e por sua história. Numa situação limite, o ser humano tende a se lembrar da mangueira da jaqueira e de outras histórias que marcaram a sua história e a da sua comunidade. Deixa a situação limite passar para ver o que acontece. A situação limite se encerra e junto se encerram as lembranças. Para muitos, lembrar virou um ato sofisticado. Requer tempo e ninguém tem mais tempo. Esquece se para abrir espaço porque o homem precisa de espaço para novas lembranças. As velhas lembranças não servem mais. Elas impedem a vivência de novas experiências. Lembrar coisas vencidas e um ato sofisticado porque para lembrar sao necessários repertórios que poucos têm. A pressão do agronegócio para que comunidades ou famílias vendam seus territórios ou se retirem deles por qualquer oferta se acentuou nos últimos anos. Várias lideranças são pressionadas não só pelo agronegócio como também por parentes ou por vizinhos. Aceitar a proposta do agronegócio equivale a esquecerem tudo que passaram e tudo que lutaram, como frisou uma liderança de urbano Santos. O Vicente de Paulo e sua família, moradores do povoado Carrancas, resistem com afinco as propostas do plantador de soja André Introvini. Eles resistem graças as lembranças que mantém de quando chegaram aquela Chapada nos anos 80. Os bacurizeiros que hoje carregam devem ter mais de vinte anos e quanto mais o tempo avança mais o número de bacurizeiros aumenta mais produz frutos e mais se consome suco do bacuri.
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