O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
sábado, 15 de outubro de 2022
Nina Rodrigues e a mandioca
Nina Rodrigues, antropologo e medico legista, considerou a possibilidade de pesquisar a cultura da mandioca no Maranhão, seu estado natal. A elite maranhense, uma formulação generica que pouco revela, não gostou nenhum pouco de tal ideia e escorraçou Nina Rodrigues do Maranhão, afinal a mandioca era uma comida de pobre e a elite maranhense do começo do seculo XX educava seus filhos como se fossem europeus ricos e não descendentes de indigenas e negros. Onde ja se viu querer denegrir a imagem do Maranhão? Caso nina rodrigues tivesse pesquisado a cultura da Mandioca onde ele teria chegado? Com certeza, onde a elite talvez não quisesse que ele chegasse. A elite maranhense não queria se expor e não queria que expusessem a verdade que ela continuadamente escondia em seus casarões e suas fazendas pelo minterior do estado, onde viviam as pessoas que consumiam a farinha de mandioca. Era o que havia para elas comerem acompanhada de algo que podia ser carne ou podia não ser nada ou quase nada. quase nada que pode ser uma xicara de café. Quantas familias maranhenses iniciam o dia com uma vasilha de farinha e uma garrafa de café sobre a mesa uma combinação que elas imaginam dará conta das suas necessidades diárias de nutrição? Impediu-se que Nina Rodrigues realizasse sua pesquisa naquele tempo, embora ninguem seja dono de nada por muito tempo e embora ninguem seja dono do tempo. Em qualquer situação e a quaquer tempo, faz-se pesquisa. O senhor Joao Fernandes, morador do quilombo Cuba, convidou um pessoal de São Luis que acabara de conhecer para almoçar em sua casa. O almoço se detinha em tres pratos principais: os peixes pescados no rio Pindaré, arroz e a farinha seca. Bem possivel que com o declinio da cultura do arroz no Maranhão o arroz servido fosse industrializado. A farinha provinha da comunidade e passado um ano desse almoço resta evidente o quanto comer peixe de pequeno porte pescado nos rios ou lagoas maranhenses complementa o consumo de farinha. Se não fosse o consumo de peixe associado ao consumo de farinha, as comunidades da zona rural do maranhão estariam em piores condições do que elas se encontram quando o assunto é segurança alimen tar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário