O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
o alto modernismo de machado de assis
Desculpem o adiantado da hora. O sono aos poucos altera a percepção. Raimundo Faoro ao analisar a obra de Machado de Assis remete sua analise a um trecho de “Memórias Póatumas de Brás Cubas” em que Brás Cubas revê um negro que alforriara. O negro alforriado comprara um negro e agredia-o violentamente à frente de Brás Cubas. Faoro destaca que o negro alforriado para se considerar liberto precisou comprar um outro negro e agredi-lo em ambinte publico. A análise de Faoro esta correta. Acrescentar-se-ia um elemento. O Brás Cubas que se depara com a cena protagonizada pelo escravo alforrido não é mais o mesmo Bras Cubas de anos passados. A reprodução socio ideologica executada pelo alforriado o desinteressa afinal deixara de ser proprietário de escravos. Ele ainda não sabe qual projeto socio economico executará para se manter no futuro, só sabe que a escravidão como pratica social sua e da sua classe social venceu o prazo. Qual é o projeto das elites pós escravidão? Machado de Assis notou o pleno vaizo que se apossou das elites nesse intervalo de tempo entre o final do imperio e o começo da república que ela tentou preencher de varias formas, derrubando a monarquia, proclamando a republica, abolindo a escravidão, atraindo trabalhadores europeus, negando suas raizes indigenas e etc. Se fosse apelar para uma definição, a obra de Machado de Assis equivale em tempo, espaço e conteudo ao alto modernismo europeu.
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