O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 17 de abril de 2022
Olho de Porco
Sabe aquele passeio onde um dos integrantes da comitiva precisa descer do veiculo para sentir se o terreno é seguro? Ele pegara experiência nesse troço. Bastava o menor indicio de que algo não se encaixava bem e descia do carro para sentri o terreno. Chovera recentemente sob aquela ladeira meio barro e meio piçarra portanto a possibilidade do carro escorregar, nem tanto na descida e sim na subida, configurava-se como algo a ser considerado. Pensaram duas vezes e voltaram para a parte alta. Um motorista cujo carro estacionara na esquina perguntou o porque da desistência. “Se o carro descer, não sobe”. O motorista do outro carro voltou ao inquérito: “Voces iam para onde?”. Eles procuravam a praia do Olho de Porco, vizinha a praia do Araçagi. “É melhor vocês irem pela praia do Araçagi”. A praia do Araçagi que poucos se dedicavam a banhar e a pegar sol nas décadas anteriores virou sensação e point dos maranhenses de modo geral. Os maranhenses que se tocavam para o Araçagi antes desse frisson resumiam-se aos ludovicenses e aos moradores que se estabeleceram nas cercanias da praia. Muita coisa mudou e mudou rápido em quase quarenta anos. No caso do Olho de Porco, felizmente, nem tudo mudou. A infra estrutura não premiava aqueles que se aventuravam pelas ruas e avenidas daquela zona de intersecção entre Paço do Lumiar e Raposa. A comitiva saira pela manha de São luis com a proposta de percorrerem o povoado de Mojo, município de Paço do Lumiar. Um dos membros da comitiva carregava o proposito de pesqusiar um suposto território tupinambá nesse povoado. Não viram Tupinambás, pois os seus descendentes se recolheram em suas residências em parte por causa dp feriado e em parte por causa do tempo chuvoso. Eles chegaram a ver os mangues do Mojo que não eram poucos. Região de alta concentração de sururu. “Daqui você pode, se quiser, navegar e desembarcar em Raposa, Ribamar, praia de Panaquatira, Timbuba e etc”. Um morador traçou esse mapa na rabeira de uma pergunta que lhe fizeram. Tudo ali remetia a dificuldades. A mesma sensação que sentiriam ao não descerem na praia de Olho de Porco. Por um lado isso é bom, afinal a dificuldade de infra estrutura tambem significa isolamento o que preserva os recursos naturais da pressão econômica e social. Por outro lado, é ruim porque as comunidades se mantem a parte da participação politico social nas decisões que lhes afetam.
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