O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 3 de abril de 2022
Cerrado e Floresta em Colinas
Por muito tempo, convencionou-se dizer que o termo floresta só se referia a Floresta Amazônica. Afirmar tal coisa é uma limitação e como qualquer limitação impede que se veja o meio ambiente num sentido amplo. A comunidade quilombola de Jaguarana, assentamento do Incra no município de Colinas, centro leste maranhense, refere-se a uma área próxima se utilizando do termo floresta. A Floresta engloba tanto as espécies da flora e da fauna como um povoado que se denomina também Floresta. Parte dos assentados da Floresta vendeu lotes para a fazenda Colina Verde, onde se planta soja e cuja extensão pega mais de dez mil hectares entre os município de Colinas e Pastos Bons. A fazenda Colina Verde com seus plantios cerca vários territórios quilombolas e de agricultores tradicionais nesses municípios. Esses territórios, antes da faszenda Colina Verde presidir boa parte do Cerrado, viam o Cerrado e a Floresta como uma coisa só. Diferente de convenções, Cerrado e Floresta são inseparáveis ou eram porque a Fazenda Colina Verde desmatou hectares e hectares cerrado e querem alcançar a floresta do assentamento Jaguarana. O que dizem é que nessa floresta frondam inúmeras árvores centenárias e que se a fazenda Colina Verde insistgir no desmatamento os plantios de soja chegarão nas casas dos moradfores do povoado Floresta e ai não haverá mais floresta e nem povoado. Além da comunidade de Jaguarana e Floresta, outras comunidades resistem/aguentam o tranco dado pelo agronegócio da soja em seus territorios. Uma delas é a comunidade de Fuzil, lugar de cearenses que fugiram da seca no começo do século XX. Por uma dessas coincidências da vida;, o nome da comunidade Fuzil veio a baila numa conversa com o padre Ribamar de Caxias. Ele relembrou o dia em que se fazia presente o juiz da comarca e que entrou na sala um morador antigo de Fuzil. O morador aproveitou a presença do juiz e lhe confidenciou a situação por que passava sua comunidade. O juiz explicou direitinho o que deveria fazer para ter êxito na sua luta o que realmente aconteceu. Pelo que Dona Regina, presidente da associação quilombola de Jaguarana, Fuzil nesses tempos de chuva é um lugar de difícil acesso. Mais de dezesseis olhos de agua que confluem para o rio Itapecuru. Imagina se no lugar de Cerrado e Floresta tudo isso fosse soja. Como seria?
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