O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
Semente profunda
Na brincadeira de dizer que a base cultural e social dos maranhenses descendia dos povos indígenas que moravam no maranhão muito antes dos franceses, portugueses e africanos chegarem, ele começou a reparar nas feições das pessoas que circulavam a sua volta. Nunca tinha se dado conta o quanto os maranhenses herdaram da cultura indígena nas suas práticas sociais e quanto herdaram da genética em suas fisionomias. Não era uma questão de valorizar essa herança pelo simples ato de valorizar ainda mais valorizar por que afinal a historia e a cultura indígena foram simplesmente comprimidas em poucos minutos de aula dada em colégios públicos e privados por professores pouco qualificados nessas áreas? Essa critica deve ser entendida como superação de práticas metodológicas que levaram a sociedade brasileria a negar suas origens e supervalorizar outras culturas que aportaram em solo brasileiro em tempos mais recentes. Nada contra essas culturas mas a negação continua de suas origens praticada pelos brasileiros tem algo de deletério. O Mestre Ambrosio, banda pernambucana associada ao movimento modernista Mangue Beat, gravou em 1998 no cd “Fuá na Casa de Cabral” a musica Semen. Siba canta em determinado trecho: “como posso saber de onde venho se a semente profunda não toquei?”. A semente profunda quem plantava nos séculos XVI e XVII antes da vinda massiva de negros da Africa trazidos pelo tráfico eram os indígenas, escravizados pelos portugueses. A semente profunda tanto pode ser uma referencia aos plantios feitos pelos indígenas e mais tarde pelos negros como pode ser tambem ser uma referencia a semente profunda dentro do individuo. Os portugueses que vieram ao Brasil a partir do século XVI ansiavam por obter riquezas e enriquecer rapidamente sem construir algo sólido como se lê nesse trecho da mesma musica “Tem momentos que eu sinto que desfaço O castelo que eu mesmo levantei”. Os indígenas plantaram a semente profunda em algum ponto da historia e da realidade brasileiras. Qualquer dificuldade, eles escavam e acham. O homem branco só sonha com a semente profunda “Mas aquela semente que sonhei É a chave do tesouro que eu tenho/Como posso saber de onde eu venho/Se a semente profunda eu não toquei”.
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