O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 19 de dezembro de 2021
Bacuri
Bacuri, em tupi, o fruto que “cai logo”. Começa a amadurecer em julho e com as primeiras chuvas de dezembro e janeiro cai. Em São Luis, nesse mês de dezembro de 2021 se nota o bacuri em certa quantidade pelo mercado do João Paulo. Nos demais mercados, é quase certo ver o bacuri pelas bancas dos feirantes. O bacuri se faz presente em quase todo o Maranhão, mas nessa época do ano o bacuri que se consome vem do centro sul do estado onde o período chuvoso se inicia em outubro. O consumidor vai a feira comprar tomate, cebola, vinagreira entre outros legumes e folhas para o almoço e surpreende-se com a visão de carradas de bacuri. Quebra-me ou não me devoras. Quem quiser comer bscuri terá o trabalho de quebrar a casca que mescla cores das mais variadas e uma não suplanta a outra diferente da manga. Um amarelo meio esverdeado ou um verde meio amarelado? O bacuri é indecifrável e inclassificável. Precisa-se quebrar a casca sem muito esforço ou com um pouco de esforço porque o conteúdo do fruto recompensará quem se dispôs a quebra-lo. De todas as frutas do Cerrado, arrisca-se a dizer que o bacuri é o mais nobre se bem que em termos de nobreza as demais frutas do Cerrado não deixam a desejar. A nobreza no caso do Cerrado não é uma questão de estilo e sim uma questão de existência afinal é o bioma mais antigo em todo o Brasil e dele dependem os outros biomas. E o Cerrado é tão nobre que acolhe sem grandes exigências o bacuri, uma espécie amazônica, em suas florestas de baixa estatura e de cabeça pra baixo. Entender como o bacuri se insinuou pelo Cerrado do Maranhão, do Piaui e do Tocantins e em que época isso ocorreu auxiliaria a compreensão de como se deu a entrada e a fixação de populações nesses estados. Auxiliaria tambem a entender as consequências que advirão ao emio ambiente e a vida dessas populações com os desmatamentos de grandes porções do Cerrado nesses estados.
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