O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
A região dos Cocais
Por mais que demore, a viagem custa a terminar. O que eles são perto de quem os aguarda? Eles foram para bem longe. Olhar para trás? Só enxergavam a frente da estrada com sua vegetação de transição. Tudo no Maranhão beirava o transitório ou beirava o precipício. A transição ou o precipício, o que escolher? Nãos sabiam ao certo. Tem que saber transitar pelas quebradas generosas do Maranhão. Os povoados se calavam perante o avanço do agronegócio por sobre as Chapadas daque4la região cujo nome expressa a sua condição: região dos Cocais. O nome deriva das florestas de babaçuais que derrubam seus os cachos de coco babaçu sobre a terra. Pode sr que haja outras espécies florestais, mas os babaçuais dominam o ambiente tano em escala de abrangência quanto em escala de quantidade. Os babaçuais dominam também o ambiente onde os quilombolas residem, pois cobrem suas casas com palha de babaçu. A palha de babaçu é uma matéria prima abundante que para populações pobres como as comunidades quilombolas permite que se cubra as casas com pouco custo financeiro e pouco impacto ambiental. A historia de convivência das comunidades quilombolas com o meio ambiente é uma historia de pouco impacto ambiental. Os proprietários proibiam os negros escravizados de fazerem qualquer coisa e os negros respeitavam essa proibição temendo o pior. A decadência e a saída dos proprietários não incutiu um desejo nos negros de apropriação e destruição dos recursos naturais como geralmente acontece. Eles ficaram numa boa e ponto final. A relação equilibrada dos negros com o meio ambiente fez com que os territórios quilombolas se tornassem as reservas ambientais de vários municípios no Maranhão, o que, claro, atrai olhares cobiçosos de plantadores de soja, empresas de reflorestamento com eucalipto e empresas de infra estrutura( estradas, portos e energia).
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