O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
A secretaria de meio ambiente que atende o agronegocio
A comunidade quilombola de Peixe, município de Colinas, tem a maior parte do seu território devastado pelo agronegócio comandado pelos políticos da região. Os quilombolas para retomarem seu território tradicional ocupado por monoculturas insistem em fazer suas roças de mandioca e arroz ( o que inclui destocar queimar plantar e etc) porque sem plantar as suas resistências diminuiriam a cada dia o que seria indesejável para aqueles que acreditam no direito da comunidade a seu território. A decisão de manter a roça representa um desafio perante as forças politico econômicas de Colinas já que essas forças sustentam o avanço do agronegócio no município e nos territórios quilombolas e nas áreas de reforma agrária. A secretaria de meio ambiente do município cobrou explicações da associação de Peixe porque os quilombolas roçaram uma pequena área do seu território. A mesma secretaria não cobra explicações dos fazendeiros e plantadores de soja que desmatam centenas de hectares de Cerrado e mata de babaçuais. Caso alguém pergunte porque essa diferenciação, a secretaria certamente responderia que quem licencia desmatamentos com vistas a plantio de monoculturas atende pelo nome de Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O órgão responsável pelo licenciamento atende por esse nome, mas o órgão se nega a atender as solicitações/pedidos de comunidades tradicionais, associações e organizações da sociedade civil que denunciam desmatamentos irregulares. As comunidades esperam que suas solicitações sejam atendidas ou pelo menos que o órgão responda alguma coisa. O que se vê é o contrario. O órgão ambiental do município atendeu uma solicitação do fazendeiro que disputa com a comunidade quilombola de Peixe parte dos mais de mil hectares do território.
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