O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
O mercado
Quanto mais entradas, mais fácil fica para a pessoa entrar e sair de um lugar. O mercado da Praia Grande forma um quadrilátero com quatro portais, um em cada lado. O portal principal do mercado se volta para o local onde desembarcavam passageiros vindos da Europa, da África e de partes do Maranhão. É bastante comum encontrar pessoas, antes de embarcarem em direção a Alcantara, dando um tempo no mercado e esse dar um tempo pode ir desde um almoço, um lanche ou uma cerveja. O mercado da Praia Grande, a partir dessa perspectiva, seria um mercado como outro qualquer. Ele, porem, não nasce como um mercado varejista e sim como mercado atacadista no começo do século XIX, onde se armazenavam grandes quantidades de mercadoria. O interesse maior era exportar as culturas produzidas em larga escala e não comercializar em pequenas quantidades no mercado interno. A produção de alimentos de interesse para a sociedade (arroz, azeite de babaçu, feijão, farinha e etc) nunca ocupou posição de destaque no cenário politico e econômico do estado do Maranhão. Por isso, visualizar pessoas comprando alimentos ou se alimentando nesse mercado é motivo de celebração porque a pessoa não só se alimenta ou se alimenta sozinha (com seus pensamentos). A pessoa pode ir sozinha, mas ela conversa com o dono do restaurante, pergunta o que tem pro almoço, intromete-se na conversa alheia, comenta a reforma executada pelo poder publico (comentários argutos), o cliente chama o garçom de Bolsonaro e o garçom devolve “ e ai Braide?” e etc. O mercado deixou de ser um mero espaço de compra e venda de mercadorias com características agropecuárias tipiico do século XIX e transformou=se no século XXI num mercado de convivência entre pessoas de diversas classes sociais e de diferentes matizes políticos.
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