O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
terça-feira, 17 de novembro de 2020
O caminho grande e a solidão
O crescimento urbano de São Luis deslocou o foco das atenções do centro da cidade, que se notabilizou como principal espaço de atividades econômicas, para outras regiões como o norte e o centro leste da ilha. Não se denominava centro histórico a parte antiga. Essa denominação surge a medida que as famílias abandonam seus casarões e mudam-se para casas mais modernas em ruas não muito distantes das ruas onde moravam nos primórdios da cidade. A forma mais usual de expressar movimento era “vou a rua tal”. Com o aumento populacional e de ruas no contexto da cidade, as pessoas passam a se expressar “vou a rua tal no bairro tal”. Tinha vezes que não se sabia o nome da rua. Nesse caso, “vou ao bairro tal vê se descubro onde é a rua tal na qual mora não sei quem”. Numa época em que a cidade crescia, mas não de forma avassaladora, a principal artéria de circulação era o Caminho Grande que existia desde o século XVII. Quem procurava uma casa devia ser tranquilo, afinal pelo caminho moravam poucas pessoas. Pelo final dos anos 40 e começo dos anos 50, o Caminho Grande, na região conhecida atualmente como João Paulo, perde parcialmente o seu aspecto bucólico com as construções do quartel do exercito, de casas e de praças. Existe uma foto tirada do quartel do exercito em direção a praça Duque de Caxias por essa época. A foto é praticamente o Caminho Grande, a entrada do quartel, a praça e um caminhão e diagnosticava a sensação de solidão de viver ou trabalhar naquele espaço físico distante de qualquer coisa (com nada ou quase nada pra se vê e escutar).
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