O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
Casa das Tulhas
Deco não via a hora de retornar ao seu boxe na feira da Praia Grande. A estadia em uma barraca de plástico na feira improvisada no meio da rua esgotara ele e a mulher “Deu o que tinha que dar”, ele comentou. Foram quase doze meses de improvisação em um espaço bem reduzido comparado com o espaço do boxe. Eles se viravam como podiam. Ela cozinhava e ele servia as mesas. As atividades do restaurante se paralisaram por três meses e meio. A cidade se paralisou nesses meses todos, praticamente. A reforma da feira da praia grande não parou assim como as reformas dos outros mercados e das praças pela cidade de São Luis inteira. O senhor Costa ou Corintiano, feirante histórico da feira da mesma estirpe de um Deco e de um Irmão, explicou-lhe o porque do nome ser Praia Grande e essa explicação se conciliava com uma lembrança que tinha do ano de 1987. Ele lembrava que um homem despejava um jato de água (?) exatamente no trecho onde surgiria alguns meses pra frente o Aterro do Bacanga. O Corintiano explicou que, antes de 1987, havia duas praias pequenas e que o governo Epitacio Cafeteira aterrou as duas praias pequenas formando uma praia grande. A designação feira da Praia Grande é bem recente e bem ao gosto de políticos que querem deixar sua marca ou seu nome pela cidade. O nome original é “Casa das Tulhas de 1820”, segundo o Corintiano, e suas atividades comerciais se limitavam as lojas que se abriam para as ruas que formavam um quadrilatero. O que se convencionou de chamar de feira ou mercado surgiu a partir da ocupação do quintal da “Casa das Tulhas de 1820” nos anos 50.
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