O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
quarta-feira, 8 de julho de 2020
A critica politico-social na obra de Machado de Assis
Sabe como é a historia. Fascina-se pelo método de um autor e o jeito é comprar os livros que ele escreveu, que ele organizou ou os em que ele é citado. Assim aconteceu com Sidney Chalhoub, historiador brasileiro, e com John Gledson, critico literário americano. Sidney tem suas pesquisas voltadas para assuntos relacionados a escravidão e John Gledson tem sua analise voltada para a obra de Machado de Assis. A obra literária de Machado ganha um contorno histórico em dois livros de Gledson e também em um livro de Sidney. Os dois ressaltam a critica político-social presente, principalmente, nas obras maduras de Machado como também nas obras românticas que antecedem a fase realista. Geralmente, Machado é visto como um autor pessimista e a margem das discussões politicas do pais na época. Uma das criticas mais fortes que é feita a Machado e sua obra é o não se posicionar aberta e declaradamente em situações determinantes para a sociedade brasileira como foram a escravidão e a campanha abolicionista. Ledo engano. A passagem amplamente conhecida e citada por Raymundo Faoro é a que Bras Cubas, personagem de Memorias Postumas de Bras Cubas, ao caminhar pelas ruas do Rio de janeiro reencontra um negro que ele libertara e que naquele instante batia em outro negro que ele comprara. A analise de Faoro é que o negro para se sentir completamente liberto num pais escravagista precisa escravizar outro negro.
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