Ele
lutou alguns minutos com as palavras. Nesse caso, lutar não significava uma
situação de briga corpo a corpo. Nunca fora de brigar na rua ou em qualquer
outro lugar. A luta se dava em sua mente para escolher qual a palavra que
escrita definiria melhor aquele espaço ou aqueles espaços. O espaço em que se
sentara, o espaço por onde as pessoas caminhavam, o espaço onde uma senhora
vendia cerveja e o espaço onde ela armazenava a cerveja. Nessa disputa entre
palavras e imagens, a sua mente era bombardeada por diferentes expectativas e
perspectivas. O espaço reduz ou amplia as expectativas. As expectativas com
relação a determinados lugares se restringem a saber se vendem cerveja e se a
cerveja está bem gelada. No mundo da cerveja, as expectativas não são lá
grandes coisas. No fundo de um copo de cerveja, só se vê as baixas expectativas.
As grandes expectativas devem ser
achadas no espaço pelo qual se desloca para beber uma cerveja, principalmente,
depois de beber uma grade (como será que cheguei em casa?). O espaço que marcara com uma amiga para beber
uma cerveja atiçava suas expectativas tanto do ponto de vista do alto como do
ponto de vista baixo. Que tipo de espaço era aquele, um bar, um boteco ou um
botequim? Afinal de contas, o espaço em que bebia com uma amiga era uma
vendinha nos fundos do mercado do Bairro de Fátima na periferia de São Luis.
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