Os 900 hectares desmatados na
Chapada do Brejão, município de Buriti, ocorreu em sua maior parte devido a politica
do governo do Maranhão em flexibilizar e agilizar o licenciamento ambiental,
principalmente, para os plantios de soja. Não houve um direcionamento explicito
até porque isso é ilegal. Agora, sendo a soja a cultura que traz mais retorno
financeiro para o estado do Maranhão, chegar a conclusão de que qualquer
politica de flexibilização do licenciamento tende a favorecer em grande medida,
justamente, esse setor é quase inevitavel. É claro que não se deve esquecer que
alguns grupos empresariais que lidam com a soja plantam outras culturas depois
da colheita. As elites dirigentes e econômicas do estado do Maranhão fizeram
sua escolha em relação a soja tem bastante tempo. Elas foram empurradas a essa
escolha e outras decorrentes desta pela necessidade de captar moeda
estrangeira, principalmente o dólar, em curto prazo e assim financiar a estrutura
estatal e certas demandas da sociedade como um todo. Uma dessas demandas é o
consumo. Não custa nada lembrar a lei Kandir dos anos 90 que liberou a soja de pagar impostos com a desculpa de que
ela assim seria mais competitiva. Essa liberação de impostos ocorre com o
proposito de complementar a implantação do plano real, politica econômica que
por um certo passe de mágica equiparou o real ao dólar. Ora o que precifica a comercialização
da soja a nível mundial é o dólar. Quanto mais se abate os impostos em real
mais o produto ganha em dólar e o pais aumenta suas reservas financeiras. Como é
um dinheiro de curto prazo em todos os sentidos a lógica de quem o administra é
investi-lo novamente em negócios de ganho rápido na especulação financeira e na
compra ininterrupta de terras. Como se diz “Não pode deixar o dinheiro parado”.
Caso fique parado, perde-se uma oportunidade que, de repente, tem tudo para ser
a “genial”. O projeto de desmatamento da Chapada do Brejão idealizado pela família
Introvini provavelmente era visto como “genial” tanto por esta família como
pelo grupo João Santos que repassou a terra. “Genial” por que? Os Introvini
iriam receber e desmatar mais de três mil hectares o qual pagariam 500 reais
por hectare só após as primeiras colheitas. E por que eles pagariam apenas 500
reais o hectare ao grupo João Santos imaginando que com o tempo o hectare
valeria muito mais? O Grupo João Santos fraudou documentação no cartório para
passar a certeza de que a Chapada do Brejão lhe pertence. Provavelmente, os
Introvini, sabedores da fraude cartorial, impuseram o preço e as condições de
pagamento e o grupo João Santos em estado de falência aceitou sem pestanejar.
Os Introvini com o grupo João Santos já deveriam ter ido embora do Brejao. Só mesmo o Vicente para enfrenta-lo.
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