A comunidade de Lagoa Seca, município
de Milagres, foi proibida por um plantador de soja de coletar bacuri dos
bacurizeiros que restaram nesse trecho da Chapada entre Milagres e Brejo, Baixo
Parnaiba maranhense. O Antonio de Pauda, vice presidente da Associação de Santa
Helena, comunidade quilombola de Milagres, destacou esse fato durante uma
conversa no caminho entre São Luis e a Palestina, povoado de Brejo. Os moradores
de Lagoa Seca haviam perdido as suas áreas de extrativismo de bacuri no começo
de 2009 ao permitirem o desmatamento de sua Chapada. Não era só uma área estratégica
de coleta de bacuri. Dela, eles extraiam umas madeiras para construir casa ou
cercar suas propriedades na própria Chapada ou nos Baixões e nela eles soltavam
seus animais (gado e porcos). O Manim,
filho do Antonio de Pauda, classificou essa perda da Chapada pela comunidade de
Lagoa Seca como um tremendo vacilo. Antes do desmatamento, os funcionários do
plantador de soja largaram o correntão com a qual eles derrubariam a mata
nativa do Cerrado no caminho. Esperaram para ver se a comunidade reagiria
contra o possível desmatamento. Depois de duas semanas, os caras retornaram e,
como o correntão continuasse estirado sobre a Chapada, entenderam que a
comunidade não impediria nada que eles fizessem.
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