A cidade de Afonso Cunha
parece perdida no tempo e no espaço. A imagem de cidade sossegada do interior
do Maranhão não convence mais ninguém. Que
sossego é esse que desassossega? As comunidades do interior de Afonso Cunha
vivem em situação de penúria sem qualquer auxilio da parte do poder publico
municipal. A prefeitura de Afonso Cunha
iniciou a construção de cinco escolas em 2014. Uma delas é a escola do povoado
de São Pedro e fica ao lado da casa do Antonio Luis, liderança da comunidade. Nenhuma
das construções foi concluída. Buscava-se o Antonio Luis e o tempo perdido de
São Pedro e das demais comunidades com relação a regularização fundiária de
suas áreas. Por incrível que possa
parecer, até os dias de hoje, não foi criado nenhum assentamento por parte do Incra
ou do Iterma em Afonso Cunha. A razão para isso se detem no fato de que a família
Bacelar reteve em suas mãos por muito tempo quase todas as terras do município.
O restante parou nas mãos do grupo João Santos, de Coelho Neto, e do grupo
Costa Pinto, de Aldeias Altas. Os dois grupos em questão plantam cana de açúcar
e, para seus projetos, visam áreas de Baixão, mais próximas dos cursos de água.
As comunidades de Afonso
Cunha navegam na incerteza fundiária que se agravou e que agravou outras questões
como as socioambientais com os desmatamentos das Chapadas para os plantios de
soja. Quem vendeu as Chapadas foram os membros da família Bacelar. As áreas de soja em Afonso Cunha chegam a
cinco áreas. Uma supera a outra em tamanho. Bem na subida para a Chapada, a F W
reflorestamento desmatou mais de 600 hectares de Cerrado. Parte desse
desmatamento virou carvão vegetal que a Viena, empresa de ferro-gusa de
Açailandia, comprou. O restante da madeira os funcionários atearam fogo.
Segundo o Lindomar,
representante do STTR de Afonso Cunha, essa Chapada que abrange as comunidades
de Vereda e São Gonçalo aglutinava o maior numero de bacurizeiros em todo o município.
As comunidades de Vereda e São Gonçalo coletavam bacuris nessa Chapada. Com o
desmatamento, as comunidades ficaram sem bacuri e São Gonçalo ficou sem água,
pois o riacho da comunidade não segurou água no inverno de 2015. O
representante da carvoaria afirmou que
pela licença eles eram obrigados a preservar os bacurizeiros e os pequizeiros.
Como preservar?!!! Não ficou nenhum bacurizeiro e nenhum pequizeiro naquela
parte da Chapada. O representante da carvoaria respondeu que ele só cumpria
ordens do dono da fazenda.
mayron régis
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