O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 5 de janeiro de 2014
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE ESTRUTURA FUNDIÁRIA E AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO DAS MANGABEIRAS – MA
1- Silva, Silmara Fonteles da; 2- Andrade, Antonia de Castro
RESUMO
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A ESTRUTURA FUNDIÁRIA E A AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE SÃO RAIMUNDO
DAS MANGABEIRAS.
Língua estrangeira:
Silmara Fonteles da Silva - discente do curso de agropecuária do IFMA campus São Raimundo das Mangabeiras.
silmara.fontelles@gmail.com
Cláudio Anselmo de Souza Mendonça – Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Campus
Santa Inês
claudiomendoca@ifma.edu.br ou claudio_casm@hotmail.com
Antônia de Castro Andrade - Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. Campus São Raimundo
das Mangabeiras
antonia.andrade@ifma.edu.br
O Projeto PIBIC Junior, quem tem como título O estudo da relação entre a estrutura fundiária e a agricultura familiar no município de
São Raimundo das Mangabeiras vem buscando, através de levantamentos bibliográficos, visitas em assentamentos e entrevista de
lideranças, refletir sobre a importância da agricultura familiar. Esta que consiste na produção de alimentos e na pecuária de pequeno
porte, historicamente sempre esteve esquecida. O financiamento pelos bancos públicos é um exemplo direto do privilégio dos
governantes pela monocultura exportadora. Enquanto ano passado o governo federal investiu mais de 80 milhões no agronegócio,
na agricultura familiar este valor não ultrapassou os 17 milhões. A assistência técnica no Sul do Maranhão, que corresponde a área
que Mangabeiras faz parte, quase não existe assistência técnica. O preconceito da sociedade para com a agricultura familiar é
notória, ainda mais com a nuvem com ronda as mentes dos viventes do Cerrado Sul Maranhense, onde se tenta pauta uma
pseudo-idéia de que não é possível se obter renda co-associação as culturas comerciais com a vegetação nativa. O homem do
campo que sempre tirou sua sobrevivência dos pequenos estabelecimentos rurais, diante do agronegócio, sente-se desprotegido.
Entretanto, pesquisas realizadas, por exemplo, no Assentamento Bacuri, localizado a 40 Km da sede, com uma área de 4885 ha,
com cerca de 62 famílias, é possível destacar alguns pontos positivos que vêm ocorrendo, principalmente em relação a consolidação
de uma perspectiva que fuja do hegemonismo da estrutura fundiária voltada para o agronegócio. Estas famílias apresentam
organizações que contribuem para a produção, organização social e política, e, sobretudo, reforçar um sentimento de pertença com
aquela terra. Há a Associação de Moradores e a representação no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, através do
delegado sindical. A própria história desse assentamento, relatada com orgulho por seus moradores, retratam a importância do
assentamento bacuri para quem defende a democratização do campo. Esse assentamento federal foi conseqüência de diversas
ocupações, que culminou com a oficialização em 7 de julho de 2006. Algo que é de suma importância no Bacuri, é que ele é
organizado na forma de agroextrativismo, um importante exemplo, não só para o cerrado Maranhense, mas para todos os biomas de
nosso país, pois busca mostrar que as famílias obtêm sua renda sem necessariamente terem que retirar a mata nativa. É um
reencontro com a natureza, num movimento contrário ao discurso produtivista da sociedade capitalista. Importante, ainda lembrar,
como foi percebido nas entrevistas e constatações, que ainda há muito a ser feito. O agroextrativismo é algo novo para grande parte
dos camponeses. Apresentam uma concepção de plantio que afetam bastante o solo. Muitos estão ainda a acostumados a práticas
de queimadas, e há aqueles que considerando a forma do agronegócio um bom exemplo a ser seguido, procuram aplicar pesticidas
altamente nocivos ao ambiente e a saúde alimentar de suas famílias. Outro fator problemático ainda é como comercializar seus
produtos na sociedade em geral, já que boa parte está acostumada com as formas industrializadas, ainda mais diante hoje em dia do
avanço dos grandes supermercados, como é o caso do Grupo Mateus, da vizinha cidade de Balsas. Entretanto, em regra geral, no
município, ainda se encontra boa parte dos pequenos agricultores que para produzir tem que arrendar terra, causando muitos
transtornos para estes trabalhadores rurais. Como foi relatado por algumas dessas famílias não assistidas pela política agrária dos
governos federal e estadual, os poucos recursos que obtém vem em regra geral da Bolsa Família.
Palavras-Chave: agricultura; familiar; fundiária
REFERÊNCIAS:
BORGES, Mayron Régis Brito. As chapadas e os bacuris.São Luís: Fórum Carajás, 2011.
GUTERRES, Ivani. Agroecologia militante:contribuições de Enio Guterr. 1ª ed.. São Paulo: Expressão Popular, 2006.
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão & WHITACKER, Arthur Magon (organizadores).1ªed.São Paulo:Expressão Popular, 2006.
SOBARZO, Oscar & SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão(organizadores).Cidades Médias: Produção do Espaço Urbano e
Regional.1ªed.São Paulo:Expressão Popular, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário