A Chapada se renova e refunda-se na agricultura familiar
Os moradores de Carrancas e de Brejinho saíram cedo
em direção a Buriti. Integravam a comitiva: a senhora Maria Rita e o senhor
Francisco, de Carrancas, e um rapaz de Brejinho pouco conhecido dos demais. O
propósito da viagem era a compra de materiais para a construção de dois
galinheiros no comércio do Nena. A senhora Maria Rita, esposa do Vicente de
Paula, acompanhava-os porque sem ela a compra não se efetuaria. Os outros dois
apenas receberiam os materiais e retornariam as suas casas. A propriedade do
Francisco se gruda a propriedade do Vicente. A maior dificuldade que o
Francisco e sua família diz respeito a água. Ele cavou um poço. Nesse poço a água
não surgiu. Com certeza, uma dificuldade incontornável. Sem água não dá para
viver. A mãe do Francisco ansiava por trocar a sua posse na Chapada por um
fragmento um pouco mais distante onde sua família pudesse pegar água. Caso essa
troca se confirmasse, a situação de Vicente se dificultaria, tendo em vista a
propensão cada vez maior dos plantios de soja se ampliarem para mais próximo de
sua propriedade. Para que o problema se amainasse, o Francisco recorria ao poço
de Vicente. Recentemente, Vicente instalou uma caixa d’água que também fornece
água para o Francisco. Com isso, a relação de Vicente e Francisco se renova e
refunda-se sobre a Chapada para que os plantios de soja não concorram com a pequena
produção da agricultura familiar.
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