Nesse momento após longa estiagem - ainda com média de chuva menor -, quando se fala e se propõe tantas loucuras para o semiárido, vale divulgar as pesquisas da Embrapa semiárido - hoje mai atrelada ao agro e hidronegócios -, mas que resiste pela teimosia de alguns pesquisadores. Reparem, mesmo em tempo de seca, com alguns cuidados, o rebanho de caprinos chega a avançar. Vale lembrar que a convivência com o semiárido tem lastros na academia, embrapa, sabedoria popular. É a aplicação concreta da agroecologia ao bioma caatinga e ao clima do semiárido. Fora disso, é loucura qualquer pretensão de sustentabilidade, como já prova a história. TÉCNICAS SIMPLES MELHORAM A PRODUÇÃO DE CAPRINOS NO SEMIÁRIDOSÁBADO - 26/01/2013 ÀS 12:00 (HORÁRIO DE VERÃO)Pequenas mudanças de práticas na criação de caprinos podem apresentar bons resultados para os produtores do sertão do Nordeste. Um estudo realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), mostra que a adoção de algumas técnicas simples permitem melhores desempenhos produtivos dos animais, o que implica em maior rentabilidade da atividade. Os experimentos estão sendo conduzido pelo pesquisador da Embrapa Semiárido Tadeu Vinhas Voltolini e pelo médico veterinário Jair Campos Soares, mestrando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O foco do sistema de produção analisado é a alimentação e o manejo dos animais. Tradicionalmente na região, a criação de caprinos é praticada de forma extensiva, com a alimentação baseada exclusivamente na vegetação nativa da Caatinga. Segundo os pesquisadores, esta base alimentar é insuficiente tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, e a perda de peso provocada especialmente no período da seca compromete o desempenho reprodutivo das fêmeas e o peso das suas crias. Já no sistema de criação proposto na pesquisa, utiliza-se uma combinação da vegetação nativa e reserva de forragens. “Quando está verde, criamos o rebanho na Caatinga – sem exceder a quantidade de animais alimentados com essa vegetação –, e quando está seco usamos outras estratégias para a alimentação, como a palma, o capim bufel, a pornunça, a maniçoba e a melancia forrageira, a maioria sendo conservada na forma de feno e silagem ”, explica Tadeu Voltolini. Quanto ao manejo dos animais, uma das principais técnicas adotadas é a estação de monta, em que os machos são mantidos separados do rebanho, e colocados junto às fêmeas somente no período programado para a reprodução. Dessa forma, o nascimento, o desmame e a engorda dos animais podem ser planejados, dando atenção a cada uma dessas atividades - o que representa melhor manejo dos animais em associação com a otimização da mão-de-obra da propriedade. De acordo com Jair Soares, nesse sistema de produção, o índice de mortalidade das crias foi de apenas 5%, número considerado baixo quando comparado ao sistema tradicional de criação extensiva, que chega a ser superior a 30%. Além disso, a fertilidade das fêmeas alcançou 75%, valor bastante superior ao normalmente encontrado na região. “Com uma alimentação e manejo adequados, a eficiência reprodutiva dos animais aumenta”, explica o veterinário. Para o pesquisador Tadeu Voltolini, esses são resultados que vão levar a propriedade a ter um melhor retorno econômico. Os dados da pesquisa foram obtidos no ano de 2012, marcado pela maior estiagem das últimas décadas no Nordeste. “Isso mostra que mesmo em um período de seca, técnicas simples fazem grande diferença em um sistema de produção”, avalia.
O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
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