O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Um dia de sorte no Baixo Parnaiba maranhense
Desaprendera com o tempo. Reaprender como se não há indicações de que caminho tomar? Aprender é uma questão de sorte ou, quem sabe, de má sorte. O carro pregou entre Anapurus, Santa Quitéria e Mata Roma. Só o Cerrado testemunharia algo a favor dos desvalidos numa região daquela incruenta. Assim que a moça subiu na garupa de uma moto com objetivo de conseguir um mecânico os moços se viram a mercê da sorte ou da má sorte. Qual das duas chegaria mais cedo?
Quando ainda não haviam se dado conta de como chegar ao povoado Coceira, município de Santa Quitéria, sem ser pela Barra da Onça, eles se arriscaram a perguntar para um segurança da fazenda Bandeira, de propriedade da Suzano Papel e Celulose, qual ramal os socorreria de forma a chegarem aonde queriam ir.
A resposta do segurança os levou para tudo que é lugar, menos, é claro, para Coceira. Em determinado momento temeram por suas vidas visto que bateram de frente com uma barreira. A mente de um deles, de repente, aclarou-se que aquele local fora palco de verdadeiras patifarias entre a Suzano e o plantador de soja Gilmar que disputavam e ainda disputam quem pode mais em Santa Quiteria, Anapurus, Brejo e Milagres. O motorista não teve dúvidas, acelerou o carro e este respondeu a contento para que logo saíssem no povoado Coceira.
Por que modos alguém sonharia em topar com gente armada naquele Cerrado? Os povoados do Baixo Parnaiba maranhense, em outros tempos, celebrizaram-se pela sua candidez, mas a pressão para que os pequenos proprietários e os posseiros vendessem suas áreas para empresas de reflorestamento ou para plantadores de soja atiçou não só o mercado imobiliário como também o mercado da insegurança. O carro pregara em meio ao Cerrado em um trecho que aconteceria de tudo um pouco ou até não aconteceria nada. Esperar-se-ia o pior, roubarem o carro e o equipamento de trabalho da equipe, mas, felizmente, o mecânico atendeu o chamado, viu o problema e consertou o motor.
A sorte os auxiliou, em parte, pelo sentido com que imprimem as suas buscas em lugares desprovidos de qualquer interesse para a maior parte da sociedade. O que ocorre numa situação dessas, normalmente? O recuo. A pessoa ponderaria o que naquele lugar o atraia para que saisse de seu conforto e perdesse seu final de semana. De fato, o que se obteve em tantos meses de desprendimento? Para as comunidades agroextrativistas de Santa Quiteria não houve retorno por parte do Iterma das suas exigências relativas a regularização fundiária. Depende de vontade politica a regularização fundiária das comunidades de Santa Quitéria, São Bernardo e Santana, e como o governo se exime de qualquer ordenamento territorial no Cerrado maranhense as empresas esbanjam saúde a custa da grilagem de terras e do desmatamento inconsequente do Cerrado.
O Iterma se comprometeu diversas vezes com as comunidades e desses compromissos se agendavam datas em que as equipes do órgão viajariam para Santa Quitéria. Elas realmente acorreram às comunidades para cumprir o contratado, só que a governadora Roseana Sarney mudou a direção do órgão. As comunidades aguardaram o momento mais adequado para continuar as suas gestões pela regularização fundiária.
É certo que o governo do Maranhão não contemplou nenhuma comunidade de Santa Quitéria com o título da terra e isso se deve à influência da Suzano e dos plantadores de soja junto ao governo através da secretaria de indústria e comércio gerenciada pelo senhor Mauricio Macedo, ex-funcionário da Alumar, contudo nesses mais de seis anos de insistência e de não-arrependimento em uma luta extenuante as comunidades de Santa Quiteria contrariam as aves de rapina que torcem pela sua má sorte e nessa contrariedade alargam seus projetos de obtenção de terra para outros como a construção de galpões de galinha caipira e o manejo de brotações de bacurizeiros. Que o digam Coceira, Baixão da Coceira, Lagoa das Caraíbas, São José, Tabatinga, Pau Serrado, Cana Brava e Vertentes.
Mayron Régis
Ilário...
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....
Esse pessoal não achou o lobo mau, ou a mula sem cabeça...????
Abraços.
Triste...
ExcluirCom a Suzano por aquelas bandas vc acha que precisa ter mais assombração?
Pra lá, demo!
Buuuuuuuhhhhhh....!!!!
ResponderExcluirSuuuuzzzzaaaaannnnooooo.... Rururuuuu Rárárárááá(Risada macabra..) kkkkk
Tenha dó Carlos Pereira...
Eu tenho mais medo do pessoal desses "interiores" que andam armados com essas espingardas "bate bucha", matando indiscriminadamente animais silvestres, do que da Suzano.. Essa pelo menos tenta andar na legalidade..
Continuo achando o texto ilário...
CUIDADO COM O BICHO PAPÃO... KKKK
Ô... Moto Serra!
ResponderExcluirA Suzano TENTA andar na legalidade, é?
Você preocupado com a matança indiscriminada de animais silvestres?
RSRSRSRSRSRS
Fala sério! Os "bate-bucha" são amiguinhos: tu serra de um lado e eles metem bala do outro.
Talvez igualmente sensibilizada (tipo você)e respaldada em sua auto-legalidade de sempre, a Suzano executou há um tempo atrás o projeto "Arca de Noé"- em Urbano Santos/MA. O objetivo principal era resgatar "os animaizinhos indefesos" de uma área enorme que iria plantar seu deserto verde(sem aspas). Mas por que será que os Noés da Suzano foram perder tempo salvando os animais silvestres? Não iriam implantar uma "floresta" por lá?
Só falta agora vc Sr. MOTO SERRA DE PRATA revelar-se preocupado com as plantas nativas do Cerradão do Baixo Parnaíba - igualmente aos CORRENTÕES DE MERDA que tem pro lado de lá.
Pra você ver Carlos Pereira..
ResponderExcluirSim, a Suzano TENTA andar na legalidade, sendo inviável ou impossível implantar projeto legalmente, ela abandona o projeto. Entendeu..??
Não, eu não estou preocupado com a matança de animais silvestres, achei que a mesma "legalidade" que você tivesse pra cobrar da Suzano você também tivesse pra cobrar dos "bate bucha", mas pelo visto você tem "sua" legalidade, e ela varia..
Não conheci o projeto Arca de Noé.. Provavelmente isso foi um projeto "sem pé nem cabeça", pra agradar alguma ONG chata que fica aporrinhando a vida de quem quer produzir.. Característica implícita a maioria das ONGs..
Não eu não estou tããããooo preocupado com as árvores, pra isso existe a reserva legal.. Que é Legal, dentro da legalidade..
Correntão também é Legal, está dentro da legalidade..
Abraço..
Sejamos coerentes Moto Serra...
ResponderExcluirNós estamos falando aqui no MA então quando escrever "sendo inviável ou impossível implantar projeto legalmente" complete com "A SUZANO FAZ, ASSIM MESMO!" Aqui é assim!
O projeto "Arca de Noé" foi bancado pela SUZANO e é mais uma ação de "responsabilidade social" desta honrada empresa que devasta nossa agrobiodiversidade pra produzir LUCRO - sem gerar, nem de longe, os empregos que promete quando chega nestes municípios sem-lei e com gestores acéfalos e doidos pra acessar a, já conhecida, propina "gorda" paga pela empresa por estas bandas.
A verdade é que, a SUZANO quando grila as áreas de cerrado e pré-amazônia, expulsando as famílias agricultoras de seu lugar de origem, tira empregos e reduz as áreas de produção de alimentos.
Você reclama tanto de que as pessoas do campo não produzem, não trabalham... só esquece que todo dia, nós comemos as custas do árduo trabalho da Agricultura Familiar brasileira (70% em média). A não ser que seja chegado num Fast Foodizinho, enlatados e outras porcarias carregadas de veneno. Se vc for um desses, boa sorte!
Quanto a reservas legais, sinceramente prefiro florestas. Reserva é desculpa de desmatador que na verdade nem quer mesmo é que estas nem existam.
Correntão é tão legal quanto licenças ambientais compradas, transporte de madeira sem autorização, contaminação de fontes de água por agrotóxicos, assassinatos de indígenas, quilombolas, agricultores, etc. A
Afinal, isso é previsto na Lei como crime mas me diga: já viu algum peixe grande preso ou criminalizado por isso? Se formos analisar pela legalidade, por que o povo do "sou agro" não quer pagar multas pelos crimes ambientais que cometeram.
Legalidade é igual ao que é conveniente. De que adianta Lei se os atores do agronegócio a desrespeitam sistematicamente?
Abraços