Municipios Inundados: | Parnarama, São Francisco (MA); Palmeirais e Amarante (PI). | |
Propriedades Atingidas: | Diversas fazendas antigas serão atingidas, tanto nas proximidades de Amarante como em Palmeirais e Parnarama. Um exemplo bastante significativo é a fazenda Castelhano, local exato da construção da parede, cujo proprietário, lá nascido, está prestes a completar 100 anos. No Maranhão, a fazenda Paiol do Rio, também será atingida. Esta fazenda abriga uma grande quantidade de famílias, incluindo um quilombo ainda não certificado pela Fundação Palmares. | |
População Atingida: | Trata-se da região mais produtiva e mais densamente habitada, de todas as cinco barragens pretendidas no Piauí. Os dados do EIA RIMA quanto à população atingida têm sido ativamente contestados pelos foi promovida uma oficina de cartografia social inicial no povoado de Riacho dos Negros (outubro 2011), que produziu alguma informação, ainda inconclusiva, sobre as comunidades que estarão sendo forçadas ao deslocamento. O belo e histórico quilombo de Piripiri (50 casas, 169 pessoas), cuja liderança, o senhor Raimundo Vaqueiro (ver depoimento em vídeo), teve participação histórica na luta pela reforma agrária no Estado do Piauí, será completamente coberto pelas águas, assim como Riachão (34 casas, 101 pessoas) e São João (32 casas, 91 pessoas). A oficina de cartografia social realizada em outubro de 2011 revelou que nessas três pequenas comunidades, próximas a Amarante, são pelo menos 561 pessoas em 116 moradias que terão que deixar suas casas, igrejas, cemitérios, pontes, portos, bares, clubes, balneários, comércios, serraria, casas de farinha, associações e sindicatos, escolas, lanchonetes, oficinas, usinas de arroz, áreas esportivas, postos de saúde, mas também vacarias, capineiras, áreas de plantio, vazantes, áreas de criação, piscicultura e de pesca. Sucedem-se outras várias fazendas e comunidades, a curta distância uma da outra, como São José II, Barra do Muquila, Santa Luzia, até Amarante. Na bela estrada entre Amarante e Palmeirais, podemos ver desmatamentos promovidos pela Suzano Celulose dividindo o espaço com uma série grande de assentamentos como Castelo (40 casas) e Pedras, Penicilina (30 casas). Próximo a Palmeirais uma série de outros assentamentos da reforma agrária, como o P.A.Che Guevara (56 famílias). A oficina de cartografia social revelou, no entorno de Riacho dos Negros, outra área de grande densidade, em contradição com o EIA RIMA que indica apenas 924 pessoas a serem atingidas. No povoado Riacho dos Negros reside uma comunidade que se auto identifica como quilombola, contando com 260 famílias, balneário, ótimas terras de vazante e plantio, inscrições rupestres, cemitério, comércios e churrascarias, padaria, oficina para conserto de carros e motos, igreja cató-lica, igreja protestante, clube, serraria, associação, piscicultura, duas escolas, usina de arroz, área esportiva, posto de saúde, casas de farinha, áreas de roça, capineiras, vazantes, pastos, lagoas e caminhos. Nas cercanias temos Castelhano (34 famílias); Brejinho (29 famílias), Várzea (6 famílias), Boa D... (10 famílias); Cabeceiras (25 famílias), Vitória (44 famílias), Água Azul (23 famílias), Atoleiro(19 famílias); P.A.Che Guevara (60 famílias); Riachinho (19 famílias); Cajazeiras (15 famílias), Dona Nascimento (7 famílias); Barreirinhas (11 famílias). Do lado maranhense, localizamos Coquinho (20 famílias), Fidalgo (6 famílias); a Fazenda Paiol do Rio (54 famílias) que contém um quilombo ainda não identificado; Merindiba (5 famílias); Corredo-res (6 famílias); Pedras do Rochedo (17 famílias); Fazenda Bacabal; Almécegas (15 famílias); Barra do Saco (15 famílias) e Ribeirão Azul (16 famílias). | |
Comunidades Quilombolas Atingidas: | Piripiri, Caldeirão, Malhadinha, Remanso, Lages, Lagoa, Mimbó, Riacho dos Negros, Paiol do Rio, Diversas comunidades, como Piripiri e Riachão, próximas a Amarante, serão completamente inundadas. Outras às margens do Canindé também serão totalmente cobertas pelas águas. No entanto, em alguns casos a inundação é parcial mas o resultado é desastroso. Como um exemplo clássico do processo de impacto indireto, vemos aqui o quilombo do Mimbó, um dos mais tradicionais do Estado do Piauí, que foi instituído sob forma de assentamento rural da reforma agrária e não como terras de quilombo, apesar de ser reconhecido enquanto tal pela Fundação Palmares. A população se mudou das terras de baixão que habitava ancestralmente, onde moravam e plantavam suas roças tradicionais, para se beneficiarem das construções de alvenaria acima da chapada, continuando a manter seus plantios nas terras baixas banhadas pelo Canindé. Embora tais casas não sejam atingidas, suas terras de plantio serão inteiramente alagadas por este rio, como conseqüência do represamento do Parnaíba. Esse assentamento rural que é constituído por um quilombo antigo, será inviabilizado, assim como toda a forma de organização social tradicional, suas celebrações religiosas e demais manifestações culturais. A comunidade também terá a comunicação com seus parentes dos quilombos vizinhos interrompida. | |
Outros Aglomerados Inundados: | caminhada de luta, né? A gente cria gado, criamos bode, criamos ovelhas, criamos porco, também criamos peixe, é uma área muito boa pra criação de peixe, então muita gente aqui cria peixe. E trabalhamos na agricultura, produzindo arroz, feijão, mandioca o milho, maxixe, enfim vários tipos de produto que a gente precisa para a nossa subsistência que a propriedade oferece condição de produzir a gente ta produzindo. Então nos somos 56 famílias assentadas e outra questão que para nos foi importante foi a conquista do nosso credito habitação, não é? Então, nossas casas estão sendo |
O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
Nenhum comentário:
Postar um comentário