O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
domingo, 3 de junho de 2012
BAIXO PARNAIBA: UMA PERSPECTIVA EM COMUM
Qual é a expectativa de conclusão do galinheiro? Questões como essa que tratam do tempo ficam a espreita e surgem mesmo quando não se duvida que o outro cumpra o firmado. Quase um ano em que se riscou o mapa do Baixo Parnaiba maranhense com as marcações dos galpões de criação de galinha caipira e essa pergunta se reforma em outras tantas versões. Perguntar ao homem do tempo sobre a possibilidade de chover no dia seguinte, tudo bem, ele é pago para isso, mas perguntar ao agricultor familiar quanto tempo a comunidade levará para erguer o galpão é imperdoável. Cheira intromissão.
Com a construção do galpão, o agricultor familiar comprimirá mais o seu tempo já bastante encurtado pelos ofícios do roçar, do destocar as raízes e do queimar o mato que os esgotam. Quanto alguém pagaria por uma diária de serviço? O dia se vende assim como o esforço físico. Alguns veriam nisso justiça. O abastado contrata alguém para realizar um serviço, paga-o caso se sinta satisfeito e o dia se completa para ambos. Esse exemplo é uma exceção ou um caso excepcional dentro do cotidiano de uma propriedade rural no interior maranhense. Na maioria das vezes, os moradores pagavam renda para o proprietário, comportavam-se como seus súditos e a ele deviam tudo. O proprietário ungia um ou outro como seu escolhido em detrimento dos demais que pouco ou nada possuíam, nem as próprias vidas e nem as casas nas quais se encontravam.
No Maranhão, o grande latifúndio contribuiu para que a miséria e o analfabetismo, que predominavam em sua seara, não tomassem ares de tragédia nacional. Os proprietários mantinham seus bois com melhor alimentação do que fariam com os agricultores familiares, pois para estes não havia escolha. A escolha para os agricultores se revelava no endividar-se mais e mais quando se dirigiam à quitanda do proprietário da terra. Naqueles tempos, os agricultores se perguntavam do que adiantava plantar arroz, feijão, milho e mandioca e colher e quebrar o coco babaçu, do qual se tirava o azeite, se eles corriam na mesma hora para entregar parte da sua produção ao proprietário. Nesse corre-corre os agricultores se desvalorizavam como atores econômicos e como atores políticos. O proprietário se valorizava duas vezes: a primeira ao receber de graça a produção dos agricultores e depois ao vender na cidade.
As comunidades de agricultores familiares consentem com o envelhecimento da figura do proprietário rural que se vê incapaz de acompanhar a dinâmica socioeconômica e resolve vender a propriedade a um bom preço para uma empresa ou algum individuo com mais condições. A empresa ou o individuo raciocina em cima do custo tempo-espaço. Quanto tempo demora em desmatar uma área, queimar a lenha e cultivar toda ela com milhares de sementes de soja ou mudas de eucalipto? O tempo que se gastou em todo o processo nem leva em conta o tempo que chegou aos pés das árvores.
Os projetos de criação de galinha caipira no Baixo Parnaiba maranhense partem do principio da coletividade. Definitivamente, esse não é um principio que agrade muito ao proprietário ou a uma empresa como a Suzano Papel e Celulose. Um projeto de ação coletiva diverge da realidade com a qual as comunidades se defrontam porque durante muito tempo o proprietário ou a empresa estimulava a divisão e o individualismo entre os moradores. O estimulo para que o individuo aja em conformidade com o grupo na execução de projetos produtivos e projetos ambientais nasceu da observação dos danos que advém da separação do projeto individual com relação ao projeto maior. Antes o coletivo se coadunava ao projeto individual do proprietário ou da empresa. Para o proprietário importava o seu projeto politico e para a empresa importava o seu projeto econômico. Aonde o projeto da comunidade se encaixaria de uma forma capaz de salientar a sua gravidade? Os projetos políticos e econômicos escorraçaram as comunidades de seus centros gravitacionais para um planeta distante só os atendendo em época de campanha politica ou só os cortejando em campanhas publicitárias.
Nos projetos de criação de galinha caipira, os agricultores familiares se notabilizam pela estrutura física que erigiram e pelo tempo que dispenderam. A estrutura e o tempo remetem ao espaço onde se situam; todos contornam o terreno com a madeira que a Chapada fornece e o tempo se gasta de acordo com as tarefas. Essas atividades conferem aos participantes do projeto uma perspectiva em comum, dessas que se sente falta na atualidade.
Mayron Régis
É de lascar...
ResponderExcluirOhhhhh textinho...!!! Preguiça...
Se o cara quer morar, ele tem que construir a casa; se o cara quer comer, ele tem que plantar; se ele quer ter dinheiro, ele tem que trabalhar(A não ser que ele tenha Bolsa Alguma Coisa)...
O texto estimula o ósseo, a vagabundagem..
O autor troca somente o "senhor do engenho", saí o latifundiário, entra o governo paternal, que dá o peixe e não ensina a pescar..
Quer ter produção, tem que se empenhar.. Esse pessoal se acostumou a ter tudo na mão, não quer trabalhar mais..
Quer produzir galinhas e viver da venda..??? Vai ter que construir o galpão ssssiiiiiimmmmm, vai ter que ter um cuidado muito melindroso no manejo dos animais, siiiimmmm.. Vai ter menos tempo pro roçado siiiiiiimmmm...
O texto e a mensagem que ele passa é retrógrada, atrasada, estimula o ósseo a vagabundagem, não estimula o trabalho decente e uma vida baseada na competência, no mérito..
Assim se cria vagabundos e não dignidade...
Abraço.
O ósseo????? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Vai aprender a escrever, vagabundo!!! Moto serra de prata... Que piada!!!
ResponderExcluirPutz.. kkkkk..
ExcluirÓsseo, de osso, aí fui péssimo.. "Que burro, dá zero pra ele", como diria Chaves.
Marquinho, agora leia novamente o texto, trocando ósseo, por ócio.. Foi só esse erro que você encontrou no texto né..???
Porém, escrever errado tem cura, sua falta de educação eu já não sei..!!!
Abraço.