02.03.2012 |
A
situação é ameaçadora para a mangabeira, uma fonte de renda daquelas
populações tradicionais locais, que praticam o extrativismo há séculos e
contribuem para a conservação da planta no nordeste e no cerrado, onde é
nativa. Segundo Josué Francisco da Silva Júnior, pesquisador da Embrapa
Tabuleiros Costeiros, de Aracaju, as áreas naturais estão sendo
dizimadas devido à pressão exercida pelos proprietários das áreas
nativas de mangabeiras que as utilizam, cada vez mais, para o cultivo de
coqueiro, cana-de-açúcar e outras atividades agrícolas, assim como para
a construção de infra-estruturas turísticas, loteamentos e viveiros de
camarão, atividades cuja implantação depende do corte das fruteiras.
O
pesquisador da Embrapa diz que a empresa vem desenvolvendo projetos com
objetivo de salvar a mangabeira. Em Sergipe, o projeto priorizou a
participação, bem como a valorização e o resgate das experiências,
saberes, práticas e conhecimentos acumulados pelas catadoras de mangaba
do Estado quanto à reprodução e conservação das plantas e também da
coleta da fruta. Além disso, esse modelo de metodologia, chamado de
capacitação solidária, na qual as catadoras de mangaba, pela primeira
vez, se reuniram para trocar experiências e discutir os seus modos de
vida enquanto extrativistas, possibilitou às catadoras o direito de
falar e expor suas opiniões.
Como
parte dos resultados, a participação das catadoras de mangaba nas
decisões vêm estabelecendo modelos de gestão desde o processo produtivo
(definição de papéis, controle de horas trabalhadas, estocagem de
ingredientes, até a distribuição dos lucros). Elas também já manifestam a
preocupação em regulamentar a confecção dos produtos, demandando dos
órgãos competentes a instalação de unidades de beneficiamento e
processamento.
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Fonte: Nordeste Rural |
O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
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