segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quem é a Suzano e por que o Maranhão?

  Unidade fabril da Suzano

O Maranhão e Piauí vêm passando por um momento de “revolução industrial” com a aclamada instalação de unidades fabris da Suzano – Papel e Celulose, maior indústria do seguimento no país. A Suzano espera que essas unidades entrem em funcionamento nos anos de 2013 a 2014 respectivamente.


Por trás dessa suposta oportunidade de renda e melhoria para as famílias, esconde-se uma realidade perturbadora e preocupante. Fatos que serão demonstrados nessa matéria, resultante de uma vasta coleta de dados feita nos mais diversos meios de comunicação do país.

CHEGADA AO MARANHÃO - se deu devido o baixo preço da terra, como mostra a manchete “TERRENO BARATO LEVA SUZANO PARA MARANHÃO E PIAUÍ”. A matéria foi publicada na página do Monitor Mercantil, (Veja AQUI) em março do ano passado. No Maranhão a Suzano tem disponíveis 75% das terras previstas para utilização. Os investimentos previstos giram em torno de U$ 100 milhões.


PREJUÍZOS DA SUZANO - no ano de 2008, um ano antes de começar a se instalar no Maranhão, o faturamento da Suzano foi de R$ 4 bilhões, mas a empresa passou por uma pequena redução em seu caixa de giro fechado em R$ 437 milhões.

Nesse mesmo ano a Suzano teve um prejuízo de R$ 451 milhões. Segundo a empresa, a queda no faturamento se deu devido à variação cambial de 32%. O prejuízo da empresa foi maior que sua movimentação em caixa.


Ainda em 2008 a divida líquida da indústria alcançou R$ 5,459 bilhões. Um aumento de 24,5% em relação a 2007. Dados que sugerem um forte abalo financeiro na companhia. (Veja AQUI).


INSTALAÇÃO DE UNIDADE FABRIL - para se instalar em nosso estado a indústria teve que recorrer ao BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para fazer um empréstimo no valor de R$ 2,7 bilhões, a serem pagos no prazo total de 138 meses. A Suzano teve que recorrer ao governo Federal, ou seja, nosso dinheiro, para poder dar início a seu novo e audacioso projeto. (Veja AQUI)

VENDAS DE TERRAS BRASILEIRAS A ESTRANGEIROS - com o rombo sofrido no ano anterior, além do empréstimo solicitado ao BNDES, a empresa teve que recorrer a outras medidas, dentre as quais a venda de terras do nosso país a investidores estrangeiros. O valor dos ativos florestais localizados no estado de Minas Gerais, alcançou o total de R$ 311 milhões. Cerca de 50 mil hectares de terra Brasileira, entregue a dois grupos estrangeiros o Haunos, do Reino Unido, e RMK, dos Estados Unidos. A conclusão da milionária transição que visou REFORÇAR o caixa da empresa, acontecerá no primeiro semestre desse ano. (Veja AQUI).


Pelo que se ver, ao primeiro sinal de furo em seu caixa a Suzano adere à venda imediata das nossas terras, e pergunto se há algum fator que possa provar que aqui ocorra o contrário. Estou certo?


Será que todas as terras “compradas” no Maranhão a baixo custo, um dos principais atrativos para a instalação da indústria, não serão no futuro entregues a grupos estrangeiros, em troca de milionárias negociações?


As terras comercializadas em Minas Gerais serão usadas para o plantio e comercialização de madeira. Terras que poderiam ser usadas para produção de alimentos, irão tornar-se em forno a lenha, capitalista.


GRILEIRA DE TERRAS - na publicação intitulada “O papel sujo da Suzano no Baixo Parnaíba Maranhense”, publicada no blog Territórios Livres do Baixo Parnaíba Maranhense, a Suzano aparece como uma verdadeira “grileira” de terras, expulsando famílias e denominando-as de invasoras, em municípios como Santa Quitéria e Anapurus. Famílias que ocupam áreas há mais de 100 anos, e que agora ficarão sem terra para sua subsistência. Mais esse assunto será tratado com mais cautela noutra oportunidade. (Veja AQUI).


ESTRAGOS DA SUZANO – as áreas adquiridas pela indústria são sempre planícies, sobrando aos pequenos agricultores morros e encostas. O plantio de leguminosas, arroz, milho e outros cultivos, são inviabilizados. Aos poucos o sertanejo vai perdendo suas terras e seu direito de viver. Sem falar na degradação de mananciais, sugados ao extremo para irrigação dos plantios. O abastecimento de muitas comunidades está prejudicado.

Por fim, em meio a tantas situações controversas e que põem em dúvida a seriedade e transparência dessa tão “importante” indústria, cito um pequeno trecho de uma matéria publicada no site do Globo Rural que diz: “As licenças ambientais foram concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mas o Ministério Público Federal no Maranhão contestou na justiça essas licenças.” (Veja AQUI).
 
Por: Antenor Ferreira
http://www.bloginterligado.com.br/

MP INGRESSA COM 840 AÇÕES POR COMPRAS DE TERRAS IRREGULARES EM BARREIRINHAS

O promotor de Justiça de Barreirinhas, José Márcio Maia Alves ajuizou 840 Ações Civis Públicas contra pessoas que negociaram terras públicas no município. São 423 ações que tratam de nulidade de registros de aforamentos e 417 que requerem a nulidade de negócio jurídico no que tange aos aforamentos não registrados.



José Márcio Alves propôs ainda duas ações contra o ex-prefeito Milton Dias Filho (PT). Uma por ato de improbidade administrativa; uma ação penal por crime de responsabilidade com base no Decreto-Lei nº 201/67.


Além de Miltinho Dias, os ex-prefeitos José de Jesus Rodrigues de Sousa e José de Ribamar de Castro Ramos também foram denunciados.


As ações são frutos de cinco meses de investigação e tiveram início com o recebimento de um relatório, resultante de auditoria nos livros de registro imobiliários do cartório de Barreirinhas e nos livros de aforamentos do município.


A auditoria, promovida pela Corregedoria-geral de Justiça, apontou indícios de irregularidade em mais de 1.500 aforamentos. As irregularidades vão desde registros de aforamentos fora do prazo legal até beneficiamentos de empresas e enriquecimento ilícito de particulares. O relatório foi encaminhado ao Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) e a corregedoria da PGJ, Selene Coelho de Lacerda.


José Márcio instaurou nove procedimentos administrativos para investigar as denúncias. Em oito procedimentos preparatórios, o promotor investigou irregularidades em aforamentos concedidos a particulares e empresas, enquanto em um procedimento investigatório criminal (PIC), investigou o extravio do livro de aforamentos da Prefeitura Municipal, referente ao ano de 2008.


Após a conclusão desta primeira fase de investigação que resultou nas 840 ações civis públicas, o Ministério Público pediu o bloqueio imediato da movimentação dos registros imobiliários investigados e, no mérito, a declaração de nulidade dos negócios jurídicos envolvendo os aforamentos, registrados ou não, com incorporação dos imóveis ao patrimônio do município e a perda de construções e plantações feitas de má-fé pelos supostos foreiros antes da formalização, mesmo que ilegal, dos aforamentos.


Nos casos em que foram feitas benfeitorias após os aforamentos, o Ministério Público pede a perda delas em favor do município mediante justa indenização.


De acordo com o Promotor de Justiça as investigações prosseguem na promotoria acerca dos aforamentos concedidos a algumas empresas, bem como a respeito da propriedade de áreas públicas atribuídas a alguns investigados.

Nesses casos, os investigados serão convocados para se explicarem à promotoria. Ele também lembra que há ainda uma investigação criminal contra o ex-Oficial do Cartório de Registros de Barreirinhas, Raimundo Nonato Castro Carvalho, que tramita na promotoria sob a presidência do promotor Carlos Augusto Soares.


O blog cobrou há duas semanas o resultado das investigações do MP (releia aqui). O promotor José Márcio nos deu a resposta.


Com informações da Ascom/ Ministério Público
http://www.itevaldo.com/

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bélem de Buriti de Inácia Vaz e Baixa do Cocal em Urbano Santos(MA)

Quanto mais obscuro o caminho, mais deve buscar o esclarecimento. Como interpretar essa frase? A sociedade humana  pretende ser uma sociedade do esclarecimento e da ilustração, mas quase sempre mesmo estando sob iluminação as pessoas se aparvalham justamente pelo excesso de tudo e qualquer coisa. Os livros, por muito tempo, presenteavam o leitor com um mapa físico-espiritual que identificava por onde os navios da consciência deveriam singrar em seus destinos adversos. Hoje, os livros presenteiam os leitores com toda sorte de sugestões de autos-piedades místico-espirituais que sorte daquele que comprar um bom livro de presente para seu amigo ou para sua amiga. As consciências se forjarão pelos inúmeros livros de auto-ajuda lidos ou por um único livro de um grande escritor? As consciências se forjarão por uma única viagem a Europa ou aos Estados Unidos ou por despistar viagens curtas para o Baixo Parnaiba maranhense e o Cerrado sul do Maranhão?

A viagem de fevereiro de 2007 para o município de Santa Quitéria queimou algum fusível na sua memória porque ao beber um suco de bacuri procurara no seu interior se anteriormente por alguma sorte da vida tomara contato com a fruta. A resposta se ocara. Dentro do oco da resposta, a consciência de que os bacuris se afastaram das pessoas por muito tempo compareceu. O apelo das monoculturas soa mais convincente na exata medida a troca dos interiores pelos grandes centros urbanos.

Comunidade reunida no Baixo Parnaíba Maranhense (Foto: Fórum Carajás)

As famílias tradicionais do interior maranhense se retiraram fisicamente e retiraram sua nobreza espiritual de seus locais de nascimento e descerraram bandeiras francamente favoráveis aos empreendimentos das monoculturas. Isso é tanto verdade que, por exemplo, no caso da comunidade de Belém de Buriti de Inácia Vaz, bacia do rio Preto, Baixo Parnaíba maranhense, o pretenso proprietário vendeu uma área de mais de dois mil hectares para o grupo João Santos,grupo que produz bambu e cana de açucar. Ao saber que os moradores da área insistiriam na presunção de que antes de qualquer documento de compra de propriedade o fato de terem nascido, se criado, cultivado a terra, colhido o plantio e parido seus filhos em cima daquela chapada lhes favorecia, o proprietário fora tomar satisfação com uma das lideranças junto com os advogados do grupo João Santos. Os moradores se mostraram irredutíveis  e daí em diante a disputa descambou para o conflito armado entre os moradores e os pistoleiros do grupo João Santos.  Atualmente, Belém é um assentamento estadual entre tantos esquecidos pelo governo estadual e pelo Iterma.

 O entrevero entre o grupo João Santos e a comunidade de Belém e seu resultado favorável para a comunidade, pelo menos no tocante a posse da terra, estancou por lá mesmo nos ditames da época. Algumas vezes ressurge em conversas no município de Coelho Neto ou em conversas extraídas numa reunião do ministério público com a sociedade civil em que advogados atuantes na época e hoje promotores de centros urbanos discorriam sobre as peripécias que vivenciaram quando da luta em Belém de Buriti de Inácia Vaz.  O passar do tempo possibilita que conflitos sangrentos como o de Belém de Buriti de Inácia Vaz ressurjam mais tarde como um aparte dentro de uma reunião formal sobre a regularização fundiária no Baixo Parnaiba maranhense sem que, depois da recordação, quem recordara o caso seja cobrado pela sua omissão presente.   
   
  O caso de Belém de Buriti de Inácia Vaz se excetua da regra geral da regularização fundiária em todo o Maranhão. Acaso os seus moradores se consolassem passivamente com as propostas da empresa em que pé estaria a comunidade nos dias de hoje? A não-adesão às desconversas do proprietário e da empresa verteu na conquista definitiva do titulo da terra entre outras coisas. De outra feita, o senhor Edil, morador da comunidade da Baixa do Cocal, município de Urbano Santos, denunciara uma proprietária da sua comunidade porque seus filhos cortavam bacurizeiros adultos paras serrarem a madeira. Ele mostrou exatamente onde se encerrava as terras da proprietária e sua posse de dez hectares onde colhia os bacuris para fazer suco e plantar suas culturas tradicionais. A proprietária é viúva e seu marido, antes de morrer, permitia que os moradores da Baixa do Cocal colhessem o bacuri e cortassem uma madeira para alguma construção. Pra frente, a proprietária desconsiderou as práticas do seu marido e começou a negar favores aos moradores e ainda por cima tenta adentrar no resto de terra devoluta onde engrandecem os bacurizeiros. Quem sabe, para vender para a Suzano.
Por: Mayron Régis
www.forumcarajas.org.br 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ONGs destrincham projeto do Código Florestal

Será lançada, nesta quinta-feira (27), a cartilha “Código Florestal – Entenda o que está em jogo com a reforma da nossa legislação ambiental”. Organizada pela SOS Florestas, conjunto de entidades sem fins lucrativos que reúne ONG’s como WWF-Brasil, Greenpeace, Imaflora e Apremavi, o texto abre com um histórico sobre o Código Florestal (CF) e os principais acontecimentos relacionados aos usos do solo e recursos naturais no país. Através dele, por exemplo, os leitores vão descobrir que o CF foi criado em 1934, pelo então presidente Getúlio Vargas. À época, o texto dizia que nenhum proprietário poderia derrubar acima de três quartos da área total de seu terreno


O documento também aponta um dos principais motivos pelos quais a ofensiva da bancada ruralista é tão forte hoje no Congresso Nacional contra a atual legislação: a Lei de Crimes Ambientais, de 1998, com penas maiores para infratores. Dez anos depois, um conjunto de medidas publicado pelo governo previa, por exemplo, o fim do financiamento bancário para proprietários em débito com as determinações federais. Mais uma afronta direta aos ruralistas.


"Analisamos, com base em documentos internos e auxílio das outras ong's, toda a proposta do relator Aldo Rebelo. Demoramos um bom tempo, para não incorrer em equívocos. Agora, a nossa ideia é distribuir a cartilha para deputados com o intuito de melhorar o nível do debate. A responsabilidade precisa ser federal. Fizemos um texto não técnico, simples, mas com argumentos que mostram a verdade", Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.

Ainda neste primeiro semestre de 2011, os deputados devem votar o Projeto de Lei 1.876/99, cuja relatoria foi de Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que visa derrubar o CF e criar uma lei muito mais permissiva. A cartilha, no entanto, ajuda a desmistificar as críticas mais usadas contra o Código pelos seus detratores. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), o tamanho das áreas cultivadas no país poderia ser dobrado caso aquelas com pecuária de baixa produtividade fossem realocadas (cerca de 61 milhões de hectares).
Leia aqui a cobertura completa sobre o Código Florestal: http://www.oeco.com.br/images/stories/file/Jan2011/cartilhaCF20012011-lowres3.pdf

Além disso, pesquisadores da USP, UNESP e UNICAMP divulgaram cartas na conceituada revista Science dizendo que as alterações propostas levariam à perda de biodiversidade, acréscimo nas emissões de carbono e assoreamento dos corpos hídricos. Vale ressaltar que um estudo do WWF-Brasil em cinco cidades reconhecidas pelas suas produções de maçã, café e uva, nas regiões sul e sudeste, mostrou que menos de 5% do espaço usado pelas culturas encontra-se dentro de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os mais relevantes movimentos sindicais e sociais do Brasil, como a Via Campesina e o MST, também assinaram um manifesto contrários ao projeto de Rebelo.


O documento da SOS Florestas passa, ponto a ponto, por todas as mais significativas mudanças e aponta as suas consequências. A redução das APPs, por exemplo, vai gerar ameaças à segurança com aumento dos riscos de inundações e desabamentos, além de causar prejuízos diretos para a fauna e flora e controle da demanda biológica de oxigênio. A isenção da reserva legal (porcentagem do terreno que precisa ser conservada, varia de bioma para bioma) em propriedades com até quatro módulos fiscais também é crítica, porque pode estimular a compra de pequenas fazendas por médios e grandes latifundiários. A cartilha defende, em seu final, que o processo de discussão de alterações no Código Florestal deve ser feito de forma calma e aberto a todos os setores da sociedade, sem esquecer que o caminho passa por facilitar a aplicação da conservação da natureza.
 
Por: Felipe Lobo
http://www.oeco.com.br/

Roteiro para a criação de Unidades de Conservação Municipais

Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente disponibilizou, para os gestores ambientais e o público em geral, o Roteiro para Criação de Unidades de Conservação Municipais.

A publicação, de 72 páginas, foi lançada ano passado em comemoração Ano Internacional da Biodiversidade. Escrita em linguagem acessível de modo que gestores ambientais e população em geral tenham facilidade no entendimento desse tema, e principalmente, entenda que as unidades de conservação permitem a compatibilidade entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente, segundo o próprio documento.

O roteiro trata de toda fundamentação legal para criação de unidades de conservação, das diferenças entre as categorias; da criação, implantação e gestão; de como é procedimento posterior à consulta pública; como se elabora o mapa e memorial descritivo da unidade; como inserir a unidade no cadastro nacional de unidades de conservação.


Vale ressaltar que a ampliação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza colabora para que o Brasil cumpra as metas e acordos oriundos da Convenção da Diversidade Biológica – CDB , da qual é signatário.


Click aqui para baixar a versão do livro em PDF: http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf2008_dap/_publicacao/149_publicacao21012011045953.pdf

Por: Daniele Bragança
http://www.oeco.com.br/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Como faz para desviar de pequizeiro e bacurizeiro ?

Certa vez, uma técnica da empresa Suzano disse que os "correntões" (!) desviavam dos pés de pequi e bacuri. Todos perguntavam: como faz ?


Por: Igor Almeida - SMDH

Comentários a respeito do artigo "FENOMENO DAS MONOCULTURAS E FENOMENO DO TRABALHO NO BAIXO PARNAIBA MARANHENSE"


Car@s,

Muito interessante a análise do Mayron Reis.

Contudo, gostaria de colocar algumas questões, até para conseguir ter uma clara compreensão desse processo dicotômico (seria não "dicotômico" assim?) entre esses investimentos capitalistas (e não poderia ser diferente, pois o sistema é esse concretamente) e a questão da agracultura familiar/preservação do meio ambiente.

As vezes o debate por ser deveras ideologizado (nada contra) torna-o, inclusive, muito distante, sofisticado para os trabalhadores rurais. Pergunto: o que estaria errado, então, a produção de eucalipto em si seja para produzir "madeira para a Europa que os transformaria em energia térmica a fim de afugentar o uso do carvão mineral em suas casas durante o inverno", ou a falta de um marco regulatório com controle público desse tipo de atividade? Não há limites de áreas legais para esse tipo de produção, bem como uma política de preservação de matas e/ou reflorestamento?

São algumas questões levantadas por um leigo no assunto, mas que tem interesse cidadão no tema.

Abraços,
Robert Lobato
         
eu acho que tem vários senões a respeito de qualquer monocultura. primeiro a perda da biodiversidade.segundo a perda da agricultura familiar. terceiro a dependência econômica tanto doponto de vista macro como doponto de vista da microeconomia. nõs só estamos repetindo as mesmas práticas de cortar madeira nativa e cortar madeira exóticapara manter os padrões de consumo de uma determinada classe.enquanto a suzano planta seiscentos mil hectares só Maranhão e no Piaui os agricultores familiares deixam de plantar deixam de colher suas frutas deixam de proteger suas nascentes para virarem mão de obra barata nas grandes cidades.
Mayron Régis

Entorno da Chapada Limpa

nesse momento máquinas se posicionam para desmatar parte da chapada na comunidade chamada Leite. queriamos saber se o Instituto Chico mendes concorda com esse desmatamento na área de entorno da reserva Chapada Limpa.
Mayron Régis

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

entrega de títulos

 SEDAGRO E ITERMA ENTREGAM TÍTULOS DE TERRAS
A governadora Roseana Sarney inicia a sua nova administração fazendo a entrega de 357 títulos definitivos de terras para famílias do município de Barreirinhas, Chapadinha, Primeira Cruz, Paulino Neves, Urbano Santos, Anajatuba, Santa Rita e Presidente Juscelino. São mais de 7 mil hectares de terras arrecadadas pelo Iterma e regularizadas através de associações comunitárias de pequenos agricultores. O presidente do Iterma, Carlos Alberto Galvão de Melo registra que com a titulação das terras as entidades poderão ter acesso a agricultura familiar e inúmeros outros projetos de grande alcance social dos governos federal e estadual. A entrega dos títulos nas comunidades será feita no período de 28 do corrente a 18 de fevereiro. Galvão disse que a secretária Conceição Andrade já definiu junto ao Iterma, inúmeras ações que visam a arrecadação de terras, principalmente em áreas de conflitos para a regularização fundiária e a garantia  a famílias rurais o acesso a políticas sociais e a melhoria de vida com dignidade. A governadora Roseana Sarney e a secretaria Conceição Andrade da Sedagro deverão assinar dentro dos próximos dias os títulos de terras de várias comunidades da região do Baixo Parnaíba, os quais deverão ser entregues em solenidades solicitadas pela comunidade com a presença da governadora.
aldir dantas

O FENÔMENO DAS MONOCULTURAS E O FENÔMENO DO TRABALHO NO BAIXO PARNAIBA MARANHENSE

Desmatamento em Santana-Urbanos Santos

As vidas dos trabalhadores agroextrativistas do estado do Maranhão se acercam de solicitudes, apreços e afagos provenientes dos imprevistos que vez ou outra atendem a um desígnio fatal como se a falta de previsão e de provisão risse a toa sobre o futuro alimentar, futuro energético e futuro ambiental da sociedade para o puro deleite das monoculturas de eucalipto, soja e cana.

As monoculturas incidem diretamente sobre as realidades socioeconômicas de uma região sem que isso corresponda a uma mudança significativa nos desígnios hierárquicos a que se submetem os setores menos favorecidos da sociedade.
Isso acontece porque o fenômeno das monoculturas se localiza no extremo da vida econômica e social de uma comunidade que é o ramal da produção enquanto que o ramal do trabalho é ignorado pelas fontes de financiamento dessas monoculturas. Elas refratam quaisquer tipos de crítica que burilem a História em seus aspectos menos óbvios, os quais pouco se observam na análise do fenômeno das monoculturas.
Congratula-se as monoculturas o tempo todo em tudo o quanto, principalmente, por elas representarem a modernidade nesse momento da vida econômica e social. Essa faceta sobeja recursos econômicos, sociais e tecnológicos o que ganha pontos perante parte da população, afinal quem quer fica pra trás quando se vê a maioria aderindo ou quando se vê o futuro bem a frente? Quanto de recursos econômicos os bancos emprestaram ou entregaram de mãos beijadas para os plantios de monoculturas?  Que bancos e que fontes foram e são esses? Por quais caminhos esses recursos trilharam até atenderem os seus respectivos projetos?
Agricultor de Santana-Urbano Santos/MA
A história moderna do capitalismo é a história da organização, reorganização e da desorganização do trabalho a partir da ótica da produção. Para o capitalismo, torna-se imprescindível a desorganização do trabalho como forma positiva de segmentos da sociedade gerarem suas próprias riquezas e seu bem-estar porque dessa forma o que for gerado de riqueza não se voltará mais para o bem-estar da sociedade como um todo e sim para o consumo individual de bens supérfluos que contribuem para a alienação do individuo dentro do sistema. Cada vez mais alienado, o individuo produz e consome qualquer produto sem se tocar para o seu destino ou sem se tocar para sua procedência.
Afora as suas façanhas que se notabilizaram como conquistas da humanidade, o capitalismo se esmerou em apagar as pistas dos seus procedimentos ao mascarar a sua perda de criatividade no campo da produção. Quase sempre, o capitalismo obteve sucesso nesse desenlace. O sistema recompensa a criatividade na produção e recompensa a produção da criatividade como seus atributos indissociáveis desde que a criatividade e a produção estagnem no seu campo de atuação porque ao estagnarem o capitalismo renova seus votos de pleno afeto e de plena confiança em relação aos que produzem e aos que consomem. A culpa da estagnação não é do sistema e sim das pessoas, do seu modo de vida e do seu modo de pensar. A culpa enseja nas pessoas o clímax da produção e da criatividade.
As comunidades da Santana, do Ingá e de São Felipe, município de Urbano Santos, Baixo Parnaiba maranhense, escutaram muito que seus modos de vida e de pensar envelheceram num mundo tão dinâmico. A Suzano, além de desmatar o Cerrado e plantar eucalipto em quase mil hectares, acomete os trabalhadores rurais dos povoados com projetos de plantarem suas roças em pouco espaço físico. A empresa quer que os trabalhadores rurais encampem a dadivosa idéia na qual agricultura familiar convive na boa com plantios de eucalipto em larga escala. Na modalidade de assessoria praticada pela Suzano, os agricultores suplantam séculos e séculos de roça no toco e de extrativismo de frutas com um projeto de horta comunitária. Como se vê a Suzano, em menos de um ano, arrebatou completamente o campo trabalho de três comunidades agroextrativistas de Urbano Santos para seu projeto de plantios de eucalipto em todo o Baixo Parnaiba e para toda a população da região alardeia a vinda de uma fábrica ou para Chapadinha ou para Santa Quitéria. Essa fábrica forneceria pequenos bloquetes de madeira para a Europa que os transformaria em energia térmica a fim de afugentar o uso do carvão mineral em suas casas durante o inverno.
Por: Mayron Régis (Fórum Carajás)
http://www.forumcarajas.org.br/

sábado, 22 de janeiro de 2011

Vídeo sobre o Pequi

O pequi não se apanha no pé. Só presta o que apanha maduro e se encontra pelo chão. O sertanejo faz uma porção de coisas com ele: óleo, farinha, sabão, doces, além do famoso licor.



http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1411013-7823-GLOBO+NATUREZA+PEQUI,00.html


Por: Globo Natureza
http://video.globo.com/

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Andiroba, uma luta pela terra"- documentário no Baixo Parnaíba

Caros/as amigos/as,



É com alegria que informo que o documentário "Andiroba, uma luta pela terra" está disponível no Youtube em HD (6 partes de 15 minutos):





http://www.youtube.com/watch?v=KkeorGmlrY0&hd=1



Iniciado durante minha pós-graduação em cinema documentário da FGV/CPDOC sob orientação de Eduardo Escorel, "Andiroba" é uma produção IDIP Films (Suiça), que contou com o apoio do Departamento da Cultura da Cidade de Genebra, da Lotérica Romande e do Fundo Régio Films (Suíça).



O filme foi selecionado no 25 Fórum e Festival Mídias Norte Sul e no 11 Festival Filmar América Latina (2009, Genebra). Ele ainda não foi divulgado no Brasil, por isto está agora na Internet para ser visto na versão portuguesa.



Para quem estiver interessado, o DVD do filme é disponível também com subtítulos em francês, castelhano e inglês.



"Andiroba, uma viagem com o ex-padre Vale pelo interior do Maranhão, terra onde ele nasceu, se formou, renunciou à igreja e ainda hoje, luta pela terra com os pequenos agricultores ameaçados pelo deserto verde de Eucalipto.
 
Um grande abraço,
Por: Jérôme Perret
http://www.forumcarajas.org.br/

A OCUPAÇÃO DO BIOMA CERRADO: da expansão da fronteira agrícola aos dias atuais

O processo de ocupação do Bioma Cerrado, intensificado nas últimas décadas do


século XX, tem causado grandes modificações neste Bioma. Propõem-se assim neste trabalho,

um estudo e análise do processo histórico de ocupação do Cerrado, a partir dos agentes que

atuaram e/ou atuam na modificação da paisagem deste Bioma. Para o entendimento do

processo de ocupação do Cerrado foi realizado um levantamento da literatura a respeito das

principais formas de ocupação e dos agentes que têm atuado neste processo. Diante disso, foi

realizada uma análise desde as primeiras populações a ocuparem o Cerrado até os dias atuais,

enfatizando a expansão da fronteira agrícola, o crescimento da agricultura e da pecuária e,

também as principais conseqüências dessa ocupação para o equilíbrio ambiental do Cerrado.
 
 
Cerrado Maranhense (foto: Fórum Carajás)
 
Veja o artigo na íntegra acessando o link abaixo:
 
http://www.catalao.ufg.br/historia/arquivosSimposios/historia/VIISIMPOSIO/comunicacoes/Eduardo%20Vieira/eduardo_vieira.pdf
 
Enviado por Rede Cerrados
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

Entrevista do jornalista Mayron Régis para Tina Kleiber da ASW- Agência de Cooperação Alemã


·         Como é a situacão de desmatamento/ degradacão da floresta e dos recursos naturais atualmente na região onde o Fórum Carajás atua? Como é especificamente nas comunidades Quilombolas?
Boa parte das matas nativas do Maranhão e do Pará já foram desmatadas para a criação de gado, para as madeireiras e para as siderurgicas. No caso da amazônia são 60% no Cerrado 40%.
No caso das comunidades quilombolas elas geralmente ocupam partes mais distantes dos centros urbanos. Há algum tempo atrás os antigos proprietários os viam como parte das suas propriedades. Podia ser que quando um desses proprietários deixasse a propriedade para a comunidade quando morria, mas o que acontece com frequência é o proprietário vender a maior parte da propriedade e deixar alguns hectares para os quilombolas. Se formos rigorosos o estado do Maranhão é um quilombo imenso. O Maranhão junto com a Bahia possui a maior população negra do Brasil e essa população mora em boa parte na zona rural.No caso do Baixo Parnaiba, temos exemplos de Bom Sucesso em Mata Roma e Saco das Almas em Brejo que são reconhecidas como terras quilombolas, mas os antigos proprietários ou os próprios moradores venderam suas terras para plantadores de soja ou para a Suzano . Boa parte dessas áreas já estão desmatadas. A Suzano Papel e Celulose é uma empresa que produz cellulose a partir do eucalipto. Possui areas em São Paulo,Bahia, Piaui e Maranhão. Ela desenvolve umprojeto de reflorestamento de quase 500 mil hectares no Maranhão e Piaui. A razão disso é que as terras nesses dois estados são mais baratas e no Cerrado pode se desmatar até  80%.


·         Porque estao fazendo projetos de reflorestamento justamente nas comunidades quilombolas? Qual o resultado que se espera? Quais experiencias ja tem?
        Por várias razões. Isso é uma questão cultural. Caso que se perca a história dessas comunidades o Maranhão perde sua identidade. São as comunidades mais afetadas do ponto de vista sócio-ambiental. São comunidades com pouco acesso a educação e a inovações tecnológicas. O meio ambiente acaba sendo o suporte para essas comunidades. Com o desmatamento e com a contaminação por agrotóxicos essas comunidades perdem geração de renda e qualidade de vida
O resultado que se espera é que mantenham suas tradições – tradições culturais e sociais – o quilombo de bom sucesso tem o tambor de crioula e não vendam suas terras. Experiências temos em Bom Sucesso, Mata Roma, e São Raimundo, Urbano Santos. Projeto de educação ambiental em Mata Roma e de manejo de bacuris em Urbano Santos.

·         Que tipo de dificuldades vocês encontram? Quais as necessidades de apoio para os quilombolas enquanto á mudanca climatica, desmatamento, degradacão dos recursos naturais? 
Falta de recursos financeiros e humanos. O melhor apoio seria a formação de técnicos voltados para a questão quilombola. Justamente isso. Os técnicos fariam o inverso. Muito desses financiamentos são pacotes técnicos que obedecem a uma lógica economicista de que a comunidade deve produzir determinados alimentos não para eles e sim para outros mercados. Tem um exemplo de um assentamento em que os assentados foram orientados a cortar os bacurizeiros para plantar caju. A idéia de uma assessoria acompanha o cotidiano da comunidade em todos os seus aspectos. A Tijupá pode contribui muito com isso. A Associação AgroecológicaTijupá é uma ONG que trabalha com agricultores familiares da região do Baixo Munim.O seu trabalho é direcionado para valorização da agroecologia. Tanto o Fórum Carajás como a Tijupá vêem o seguinte do que adianta a comunidade plantar vários hectares para vender na sede do município ou para um atravessador se eles não se  alimentam bem.Então, primeiro a comunidade planta para si. 
·         Enquanto as experiências de apoio aos comunidades de produtores extrativistas do Bacuri, de que forma pode isso ser uma estratégia contra as grandes empresas de celulose/ eucalipto?

Se do ponto de vista étnico o Maranhão é um grande quilombo, do ponto de vista ambiental o Maranhão é um grande bacurizal. O bacuri pode ser encontrado em quase todo o Maranhão e serve para muita coisa desde a alimentação, cosméticos, remédios e para a proteção dos solos e dos recursos hidricos. Essas qualidades servem de contraponto a monoculturização do eucalipto e da soja. Talvez de todas as frutas nativas o bacuri tenha o maior potencial de comercialização. Nesse momento se vende o quilo da polpa a quinze reais. O problema é guardar a polpa o ano todo. As comunidades precisariam comprar freezers e a energia elétrica deveria ser fornecida a contento. Não há um preço mínimo como o babaçu e o açaí. Diferente destes dois o mercado externo ainda não descobriu o bacuri o que obrigaria o governo federal a ditar regras de comercialização.

.         Que medidas/ recursos juridicas estao abertos contra as grandes empresas, quais as experiencias do Forum no trabalho com as comunidades até agora?

No caso do Fórum Carajás trabalhamos bem pouco com recursos judiciais, mas a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos vem acompanhando as ações de titulação de terra junto ao Incra e o Iterma, ações civis públicas movidas pelo minstério público. O Minsitério Público Federal iniciou uma ação civil pública contra o licenciamento da Suzano no baixo Parnaiba. O Fórum Maranhense de Segurança Alimentar entrou com uma ação contra o licenciamento da Suzano na região de Imperatriz. A Tijupá atua pouco nessa área.


Por: Tina Kleiber
www.aswnet.de

SUZANO EM MATA ROMA BAIXO PARNAIBA MARANHENSE

A empresa Suzano Papel e Celulose pretende desmatar uma área de dois mil hectares na Santa Rosa, municipio de Mata Roma. Essa área faz parte do quilombo Bom Sucesso.
Mayron Régis

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Urbano Santos/MA: Extração Ilegal de Minerais (morte do Rios)

Município de Urbano Santos – MA


Os rios que cortam o município de Urbano Santos – MA, estão localizados na Bacia Hidrográfica do Munin. Esta área é caracterizada por ser muito sedimentar dando a ela uma posição muito frágil no âmbito ambiental.

as microbacias dos rios Mocambo e Boa Hora, estas vêm sofrendo constantemente com grandes intervenções humanas no processo de equilíbrio ecológico natural, atos que afetam diretamente a vida dos rios

Veja a denuncia da ONG ENTRERRIOS de Urbano Santos na íntegra acessando o link abaixo: http://www.scribd.com/doc/47146474/Extracao-Ilegal-de-Minerais-em-U-Santos-Entrerrios


Por: Ong Entrerrios- Urbano Santos/MA
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

Seminário discutirá eventos de enchentes e secas no Maranhão

Iniciativa do Comitê de Monitoramento das Políticas Voltadas às Vítimas das Enchentes no Maranhão acontece quarta-feira no Sindicato dos Bancários
As enchentes que ora se abatem sobre o Rio de Janeiro não deviam ser tratadas como evento de emergência. Tragédia anunciada, leva a população, o poder público e os meios de comunicação a buscar culpados. As cenas de destruição – de moradias, cidades e vidas – vem se repetindo, ano a ano. E não são exclusividade carioca. Ou da Região Sudeste.
O Comitê de Monitoramento das Políticas Voltadas às Vítimas das Enchentes no Maranhão realiza, no próximo dia 19 de janeiro (quarta-feira), a partir das 8h, o Seminário “Maranhão no aperreio: a dificuldade do povo nos eventos de enchentes e secas”, no Sindicato dos Bancários (Rua do Sol, 413/417, Centro). Inscrições e maiores informações pelos telefones (98) 3231-1601 e 3231-1897 e/ou e-mail smdh@terra.com.br


O seminário objetiva discutir as perspectivas de preparação do governo para o já iniciado período de chuvas e suas consequências, assim como discutir os recorrentes eventos de secas e enchentes que se revezam anualmente, fragilizando cada vez mais a população do Estado, particularmente moradores/as das zonas rurais e periferias urbanas. O nome é inspirado no documentário Aperreio, de Doty Luz e Humberto Capucci, realizado a partir de encomenda do Comitê, com apoio da Oxfam, que também apoia a realização do Seminário. Aperreio foi recentemente premiado como melhor documentário, no Curta Carajás, no Pará.


Associação Agroecológica Tijupá, Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, MST e União por Moradia Popular estão entre as organizações que compõem o Comitê. Veja a seguir, a programação completa do seminário.

PROGRAMAÇÃO
Dia 19 de janeiro (quarta-feira)

8h30min – Abertura: boas vindas aos participantes e apresentação da proposta do Seminário (Representantes do Comitê de Monitoramento das Políticas Voltadas às Vítimas das Enchentes do Maranhão)

9h – Painel I: Cenários de mudanças climáticas (enchentes e secas) no
Maranhão e a previsão da atuação do Governo. Palestrantes: Márcio Eloi (Meteorologista do Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão), Cel. Marcos Sousa Paiva (Coordenador da Defesa Civil Estadual do Maranhão), Júlio César Correia (Superintendente da Defesa Civil de São Luís), Francisco de Assis Castro Gomes (Secretário de Estado de Desenvolvimento Social), Francisco José de Moraes Alves (Superintendente Estadual do Banco do Nordeste) e Conceição Andrade (Secretária Estadual de Desenvolvimento Agrário do Maranhão).


11h – Debate

12h – Intervalo: almoço

14h – Apresentação cultural

14h15min – Exibição do Documentário Aperreio


14h40min – Painel II: Perspectivas de atuação da sociedade civil frente aos próximos cenários de mudanças climáticas. Palestrantes: Elenita Almeida (Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais / Comitê de Monitoramento das Políticas Voltadas às Vítimas das Enchentes do Maranhão), Ermelinda Maria Dias Coelho (Fórum Maranhense de Segurança Alimentar e Nutricional), Raimundo César Martins (Fórum de Direitos Humanos do Maranhão) e Francisco Sales (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão).


16h – Debate


16h30min – Planejamento do enfrentamento dos eventos climáticos em 2011 (Momento reservado às organizações que compõem o Comitê)


17h30min – Encerramento


Por: Zema Ribeiro
www.forumcarajas.org.br

LICENÇA SUZANO IMPERATRIZ

A licença, emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Sema), sob nº 711/10, tem validade de 29 de Outubro de 2010 até 29 de Outubro de 2011. A Suzano Papel e Celulose também recebeu da Sema autorização (outorga) para uso de água superficial do Rio Cinzeiro, situado no município de Imperatriz, para fins industriais.esta licença não passou pela avaliação do município de imperatriz.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cerrado pede água

Informações difundidas neste início de ano dão conta de que, apesar das chuvas, o Cerrado brasileiro pede água. Os últimos redutos de grandes áreas contínuas deste bioma, que estão no Sudeste do Maranhão e Sul do Piauí, vêm sendo celeremente devastados para dar vez à monocultura de soja e eucalipto.

 
Foto: Rio Preguiças no Povoado de Pau Serrado-Santa Quiteria/MA( Foto: Fórum Carajás)
 
Além de perder sua principal fonte de renda, o sertanejo da região está sendo privado também da água, usada em na irrigação em larga escala, e da própria terra. Só em dois grandes projetos no Leste maranhense, foram plantados em dois anos perto de 200 mil hectares de eucaliptos.

A floresta artificial será utilizada por uma indústria de carvão, outra de papel e celulose. Na região, além da vegetação típica do Cerrado -- frutas, fibras, ervas medicinais, palmitos etc – há vastos coqueirais, que garantem a sobrevivência de centenas de comunidades.

O Cerrado que ainda cobre boa parte do território tem enorme importância para o Brasil desde muito antes de os portugueses aportarem por aqui. Mesmo assim, é considerado um bioma de segunda classe, não só pelas pessoas comuns, mas por setores de onde vêm as políticas públicas oficiais.

Ao aprovar a nova Constituição Federal, em 1988, por exemplo, a Assembléia Nacional Constituinte determinou a condição de patrimônio natural à Floresta Amazônica, à Mata Atlântica, à Serra do Mar, ao Pantanal Mato-Grossense e à chamada Zona Costeira.

Ficaram de fora os biomas do Cerrado e da Caatinga. E assim mesmo, grafados com a letra inicial maiúscula, como se faz com os demais biomas. Foi preciso uma emenda constitucional percorrer longo trajeto e muitos anos para tentar sanar o erro.

Oficialmente, o documento “Ecossistemas Brasileiros” do Ministério do Meio Ambiente informa que, hoje, o Cerrado se faz presente em 13 estados brasileiros. Isso corresponde a 22,65% do território, com 192,8 milhões de hectares e uma população de 22 milhões de habitantes.

Com outra metodologia, entretanto, pesquisadores afirmam o Cerrado corresponde hoje a 37% da área do País. A taxa de devastação é de 1,2% ao ano e não há nenhum controle oficial como o que, bem ou mal, existe na Amazônia.

Algumas das principais bacias fluviais brasileiras nascem em áreas de Cerrado do Planalto Central. São as do São Francisco, do Paranaíba/Paraná/Prata, do Araguaia/Tocantins e mesmo de alguns afluentes diretos do Amazonas. E casos localizados, como o rio Jequitinhonha, em Minas Gerais.

O Cerrado é considerado a caixa d’água, com solos que armazenam e vegetação que pouco gasta. Uma plantação de eucaliptos, por exemplo, consome quase dez vezes mais água do que a cobertura nativa.

Está comprovado que o Cerrado é o bioma mater (matriz) de quase toda a cobertura vegetal do território brasileiro, incluindo a Amazônia e a Mata Atlântica.

Isto explica, por exemplo, porque o que resta do Cerrado brasileiro está em posições geográficas elevadas, em terrenos que geram água. Ou deveriam gerar. Na Serra Geral de Goiás, na fronteira com a Bahia, região recém-tomada pela monocultura, há registros oficiais de pelo menos 14 córregos que secaram nos últimos sete anos, todos da bacia do São Francisco.

Explica também porque sobraram manchas desse bioma na fronteira Norte do País (Amapá e Roraima), em áreas mais elevadas da Amazônia. São encontrados enclaves de cerrados no interior de estados e no litoral nordestinos.

Segundo o geógrafo Aziz Ab’Saber, mudanças de clima ocorridas no final da era geológica do Pleistoceno, entre 12.000 e 18.000 anos atrás, foram as causas da mudança. Houve naquele período aquecimento da região tropical, favorecendo o avanço da floresta densa e frondosa sobre a vegetação rala e rasteira dos cerrados.

O que vemos hoje é uma ação que não respeita rios, veredas, matas ciliares, nada. São raros os casos em que são feitas curvas de nível no solo para evitar assoreamento. Tudo vai abaixo.

Os cursos de água se enchem da terra envenenada pelos agrotóxicos e levada pela chuva. O que sobra deles vai servir à irrigação, com os enormes pivôs-centrais vistos das estradas ou dos aviões, lá das nuvens.

Além da soja para exportação e outras culturas são abertas livremente áreas de pasto para criar bois latifundiários, pois a média nacional é de uma rês por hectare. Um absurdo, portanto.

A monocultura extensiva, principal razão da célere derrubada da vegetação nativa, desfaz também a vida dos humanos nativos. Estes são obrigados a deixar suas posses, pois raros são os que têm escritura legalizada. Seu rumo são os centros urbanos, em condições de vida precárias, e quando muito voltar à roça para trabalhos sazonais em algumas culturas.

Por sorte, como derradeiro ato de resistência, a implantação de culturas agroflorestais vem sendo incentivada com medidas do governo federal, em assentamentos familiares. E cooperativas são incentivadas a criar unidades processadoras.

Também as agroindústrias privadas que buscam financiamento público são levadas a comprar o produto agrícola ou florestal desses pequenos produtores.

Por:Jaime Sautchuk- Trabalhou nos principais órgãos da imprensa, Estado de SP, Globo, Folha de S.Paulo e Veja. E na imprensa de resistência, Opinião e Movimento. Atuou na BBC de Londres, dirigiu duas emissoras da RBS.

www.vermelho.org.br

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AS CARRANCAS DO SENHOR ONÉSIO

Proposta de Gestão Ambiental da Bacia do rio preto, afluente do rio Munim.

Apoio : Centro de Apoio Sócio Ambiental (CASA)


 Foto: Cerrado no Baixo Parnaíba(Foto: Fórum Carajás)


OBJETIVOS

 Objetivo geral: Gerar conhecimento e conscientização sobre a preservação dos mananciais locais, assim como das atividades produtivas de comunidades rurais do estado do Maranhão


Objetivos específicos: Melhoria na qualidade de vida das populações que vivem próximo às nascentes do rio preto através da gestão dos recursos naturais e recursos hídricos.

Justificativa: A região do município de Buriti de Inácia Vaz, região do Baixo Parnaiba maranhense, foi uma das primeiras a  se  deparar com o plantio indiscriminado da soja sobre suas áreas de Chapada. Esse fato transcorre desde a segunda metade dos anos 90, mas sofreu considerável acentuação a partir de 2003. A principal característica dessa região é que ela é uma região de transição da Amazônia para a Caatinga e nesse meio entre um e outro bioma se verifica a presença do Cerrado. Nesses quase dez anos de plantio de soja mais da metade do Cerrado de Buriti foi desmatado. 
Por conta disso, o objetivo desse projeto é justamente realizar um trabalho de formação junto a pequenos proprietários e comunidades para que não vendam suas porções de Chapada. A Chapada a que nos referimos é a Chapada do povoado Carrancas, onde existem várias nascentes do rio Preto. Este rio nasce em Buriti e percorre os municípios de Buriti, Mata Roma, Anapurus, Urbano Santos para desaguar no rio Munim abastecendo várias comunidades tradicionais no caminho. Um conjunto de dados explicita que a bacia do rio Preto é uma bacia deteriorada pelo desmatamento nas Chapadas e pelo uso de agrotóxicos.    A retirada de expressiva vegetação nas Chapadas causa mudanças climáticas localizadas e a diminuição no ritmo das chuvas.
A proposta privilegia a gestão do território a partir da bacia do rio Preto com o reflorestamento das suas nascentes e de suas matas ciliares e o acesso das comunidades a políticas públicas.
Um elemento central na gestão do território é a valorização do espaço físico, ambiental, social e cultural através do plantio de árvores nativas, do beneficiamento de frutas do Cerrado e da organização a partir da criação de uma associação de agroextrativistas.  São muitos os indícios que o avanço da fronteira agrícola se dá também na desvalorização dos atributos naturais de um ambiente e de uma comunidade. 
Uma bacia hidrográfica é um espaço coletivo em função de que a água é um bem úblico. Então, a gestão da bacia hidrográfica do rio Preto se relaciona com a própria manutenção dos recursos hídricos tanto em Buriti como nos demais municípios que se servem das suas águas. 
No caso das Chapadas, o reflorestamento com determinadas espécies como bacurizeiro, pequizeiro e outras cumprirá  bem o papel de dar fôlego aos lençóis freáticos.
Uma reflexão que deve ser feita nesse projeto é justamente sobre a relação comunidade e espaço físico, ambiental e social. Que espaço as comunidades e os proprietários pertencem e como elas e eles processam isso nas suas atividades produtivas.


DESENVOLVIMENTO


Objetivos específicos
Metas (quantitativas e qualitativas)
Passo a passo das ações (Atividades)
Gerar conhecimento e conscientização sobre a preservação dos mananciais locais, assim como das atividades produtivas de comunidades rurais do estado do Maranhão
Reflorestamento das matas ciliares em torno do Rio Preto

·  Sensibilização do público alvo
·                     Capacitação em produção de mudas
·                     Construção de um viveiro de mudas
·                     Implantação de espécies florestais nativas nas matas ciliares

Melhoria das condições produtiva, política, social dos moradores locais da comunidade .......
·                     Diagnóstico de potencialidades e fragilidades das atividades produtivas locais
·                     Capacitação sobre arranjos produtivos locais
·                     Capacitação em organização produtiva
·                     Capacitação em manipulação de alimentos e geração de subprodutos da floresta



Geração de conhecimento local baseado na sustentabilidade dos recursos naturais

Geração de conhecimento local baseado na sustentabilidade dos recursos naturais

Comunidades do Baixo Parnaiba onde o Fórum Carajás desenvolve atividades

Chapadinha
Chapada dos Remédios

Urbano Santos
São Raimundo
Bom Principio
Jussaral
Mangabeirinha
Baixa do Cocal

Mata Roma
Bom Sucesso

Buriti de Inácia Vaz
Carrancas

Santa Quitéria
Pólo Coceira
Pau Serrado
Tabatinga

Barreirinhas
Anajás dos Garces

POVOADOS QUE ESTÃO SENDO ATINGIDOS DIRETA E INDIRETAMENTE PELA SUZANO EM BELÁGUA/MA



POVOADOS
Nº DE FAMILIAS
1
Prata dos Bazilos
20
2
Jabuti
30
3
Cabiceira da Prata
12
4
Satana dos Quirinos
16

5
Mendes
19
6
Piquizeiro
120
7
Bracinho
18
8
Amador
106


O . B . S: há registro de dois povoados que foram extintos por conta da atução da empreza todas as pessoas que lá habitavam estão morando na sede do município. Os povoados foram Centro Grande e Laranjeira.