O Programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba (Comunidades do Baixo Parnaíba e Fórum Carajás)
segunda-feira, 19 de junho de 2023
o capitalismo
O capitalismo e uma construção histórica da humanidade. Quer dizer ele não nasceu num passe de mágica e nem por graca divina. As vezes ou quase sempre a humanidade esquece que o capitalismo nasceu a partir de suas necessidades e nesse esquecimento busca opções como a religião em momentos de crise económica social e ambiental. Um desmatamento e um fato histórico que quase nunca e lembrado porque desmatamentos sempre houveram na história. A humanidade se vale do desmatamento para abrir espaco e construir numa direção. O problema é que o desmatamento parece não ter fim. E a perspectiva de não ter fim e a histórica. O filme a história sem fim do alemão Wolfgang pertensen cabe bem nessa ideia. O seu Raimundo morador do povoado anaja município de Pastos bons começou a intuir que o desmatamento na chapada ao redor do seu povoado não teria fim porque os tratores entravam nas bordas quase na área de proteção permanente. Mais de seis mil hectares entre os municípios de pastos bons paraibano e sucupira para plantar soja. Pelo tamanho o IBAMA deveria ter sido consultado e pelo número de municípios afetados audiências deveriam ter ocorrido. Nem uma coisa e nem outra. A Sema como sempre se comporta feito uma ostra. Nada contra as ostras. Tudo contra a Sema.
o gaucho
Nem todos os plantadores de soja que vêm ao Maranhão podem receber o nome de gaúchos. A indústria de soja começou pelo Rio grande do sul e veio pegando agricultores do Paraná São Paulo mato Grosso mato Grosso do sul minas gerais para seu usufruto. A denominação gaúcho se deve em parte a identificação do rio grande do sul com a soja. Essa denominação foi mais forte. Tem gaúcho que faz questão de pôr ao lado do seu nome essa denominação. É o caso de Sidney gaúcho secretário de esporte de Brejo município do baixo Parnaíba maranhense. E um gaúcho e um ser grosseiro. Taxou o movimento quilombola de Brejo e Buriti que defendem o cerrado de movimento "passa fome". Esse Sidney gaúcho e o mesmo que ordenou um ataque a moradores da comunidade taboquinha município de Buriti. De questão em questão, os gaúchos comprovam a fama de autoritários e intolerantes. Houve um caso de um deles que queria ser atendido antes de todos no cartório de Brejo. A funcionária respondeu que havia outras pessoas à frente. O que ele disse "odeio essa cidade. Aqui só vou ao hotel onde me hospedo e ao cartório para pegar certidões negativas que garantam meus financiamentos
mero acaso
Por um mero acaso, ficou sabendo que o compositor popular Joãozinho Ribeiro fundaria uma biblioteca no centro histórico de São Luís. Uma biblioteca não e somente e nem meramente um espaço para guardar e emprestar livros. Ela para desespero das bibliotecárias e um espaço de pegar emprestado e não devolver, um lugar de pesquisa, de simples leituras de conversas de estudos de escrevinhar de passar as horas os dias e de esperar por alguém. Vez ou outra, graças a biblioteca a realidade propriamente dita da lugar a literatura. Saco das Almas, um nome genial segundo um amigo leitor. Saco das Almas ou das Armas, seguindo uma perspectiva histórica de que essa região toda foi palco da balaiada. Se a realidade abre espaço para literatura também abre para a história. História e literatura se aparentam. O seu Claro e um nome genial e foi uma pessoa genial que lutou contra a compra e venda de terras no território quilombola de Saco das Almas. Parte dessas áreas vendidas virou plantio de soja e os sojicultores querem desmatar mais. Por receberem diversas ameaças os quilombolas se reuniram sobre a Chapada sob a proteção dos bacurizeiros para denunciar os desmatamentos. Saco das Almas abarca áreas dos municípios de Brejo e Buriti, baixo Parnaíba maranhense. Por diversas vezes o nome de seu Claro foi mencionado como um mentor dessa luta. Quem sabe ou quem o sabe que seu Claro saiu das páginas de um cordel de um conto de um romance de um ensaio de um poema para se tornar um personagem histórico do movimento quilombola maranhense? Os quilombolas brincavam e cantavam toadas de bois que remetiam a encenações executadas por seus antepassados nessa biblioteca a céu aberto que e o cerrado.
terça-feira, 6 de junho de 2023
fica chateado
"A gente fica chateado, mas tem que agradecer por chuvas". Lula sobrevoou e visitou as áreas alagadas pelo rio Mearim no inverno de 2023 a convite do governador Carlos Brandão. Ao tratar dos efeitos da chuva, lula fez um contraponto entre o sentimento do cidadão solidário as comunidades afetadas e o sentimento do cidadão consciente de que a chuva e a que menos tem culpa nessa história. Brandão convidou lula somente para ouvir a sua solidariedade ou esperava um compromisso mais sério do tipo "precisamos de grana"? De qualquer forma, Brandão gastou um cartucho com o sobrevoo de Lula que ele poderia ter gasto em outra ocasião. E qual seria essa ocasião? Sabe se que o governo do Maranhão pretende oferecer num futuro não muito próximo ou um futuro tão tão distante dois projetos de infraestrutura para receber aportes do BNDES que são o porto de Alcântara e a ferrovia Alcântara/Acailandia. A melhor ocasião seria "lula faz um favor de vir ao Maranhão que eu quero te mostrar uns projetos vantajosos". Quem sabe nesse dia Brandão chega no ouvido de Lula e conte uma outra história "Deixa eu te contar um segredo os dois projetos vão afetar diversas comunidades quilombolas ribeirinhas assentamentos povoados vao afetar a pesca de água doce e de água salgada e etc. Como e que nos faz ? Não temos nenhuma experiência em lidar com esse público e com esse negócio de meio ambiente".
seus proprios tempos
As comunidades tradicionais e quilombolas tem seus próprios tempos. Deve ter escutado ou lido essa frase não sei quantas vezes. Escutou a como se fosse um exercício de defesa. As comunidades tradicionais e quilombolas se agarrando a um tempo imemorial intocável e irrefletido. A comunidade quilombola Vista Alegre município de Alcântara dista mais de sessenta quilómetros do Cujupe onde o ferry boat ancora para os passageiros descerem e seguirem viagem. A comunidade sofreu uma ação de reintegração de posse por parte do Centro de lançamento de Aeroespacial de Alcântara que derrubou as estruturas de uma pousada familiar que ficava na parte alta da praia. Olhando aquela praia de um dos pontos altos da praia, pergunta se quem foi que disse que o centro e dono da Vista Alegre? Com relação ao tempo. As comunidades quilombolas e tradicionais fazem parte de um tempo que infelizmente e o tempo da tecnologia militar da informação do consumo e da urbanização desenfreada.
a historia dos intelectuais
Um dia quis escrever a história dos intelectuais do município de Urbano Santos. Um caminho natural para um jornalista que vivia no município de conversa com agricultores militantes sociais professores poetas e políticos. Pensar a história de um município a partir de seus intelectuais resultaria em uma nova visão a respeito desse município. uma pena que não tenha levado o pensamento adiante porque descobriria uma Urbano Santos incomum e inusual, fora da órbita das oligarquias e das empresas de reflorestamento com eucalipto. O pensamento de escrever a história dos intelectuais não teve prosseguimento em urbano Santos mas de alguma forma o pensamento se encontrou com seu duplo no município de Guimarães, baixada maranhense e local de nascimento de Urbano Santos no século XIX. Em uma conversa com o secretário de turismo do município ficou de sabendo que além de Urbano Santos, Maria Firmina dos reis, sotero dos reis e Sousandrade também nasceram no município. Incrível que um município tenha contribuído com a história do estado do Maranhão e que ninguém tenha se dado conta disso e se proposto a investigar esse assunto.
os barulhos
Há tipos de transporte para todo tipo de carga e para todo tipo de pessoa. As carroças puxadas a burro típicas dos anos 80 davam chance a homens com nenhuma ou pouca escolaridade de conseguirem exercer um ofício por menos valor que auferisse. Por ser um ofício de gente pobre e negra, sentia na pele o preconceito. Um deles era caso um jovem não quisesse estudar ou saísse muito mal na escola os pais diziam que seria um carroceiro no futuro. Pensava se que era uma profissão sem futuro pela modernização do transporte, pelo aumento na renda das pessoas pelas políticas compensatórias pelo acesso a educação e etc. Engano. Os cruzamentos nas grandes cidades proporcionam a visão de uma cidade que quase não se vê mais. Tudo parara e tudo silenciara a rua do sol em frente ao sindicato dos bancários na tarde de sábado. Uma hora se ia ao portão. Virava se o rosto para a direita e para a esquerda. Vinda de não sei aonde numa desabalada carreira uma carroça cruzou a rua do sol pela rua das flores. Foi desse jeito, o centro de São Luís se fechara contudo a carroça transitava por ele como num espaço aberto.
tipo de transporte
Há tipos de transporte para todo tipo de carga e para todo tipo de pessoa. As carroças puxadas a burro típicas dos anos 80 davam chance a homens com nenhuma ou pouca escolaridade de conseguirem exercer um ofício por menos valor que auferisse. Por ser um ofício de gente pobre e negra, sentia na pele o preconceito. Um deles era caso um jovem não quisesse estudar ou saísse muito mal na escola os pais diziam que seria um carroceiro no futuro. Pensava se que era uma profissão sem futuro pela modernização do transporte, pelo aumento na renda das pessoas pelas políticas compensatórias pelo acesso a educação e etc. Engano. Os cruzamentos nas grandes cidades proporcionam a visão de uma cidade que quase não se vê mais. Tudo parara e tudo silenciara a rua do sol em frente ao sindicato dos bancários na tarde de sábado. Uma hora se ia ao portão. Virava se o rosto para a direita e para a esquerda. Vinda de não sei aonde numa desabalada carreira uma carroça cruzou a rua do sol pela rua das flores. Foi desse jeito, o centro de São Luís se fechara contudo a carroça transitava por ele como num espaço aberto.
celso borges
Celso Borges escreveu um livro que pode ser considerado um memorial. Numa cidade que e vista como um memorial a céu aberto um escritor compor um livro que se quer uma releitura dessa memória e conseguir e uma façanha. Todos sabem que a memória falha e qualquer escrito baseado na memória e falho. O livro de Celso Borges sobre "Lances de Agora", composto e interpretado por Chico Maranhão, e um dos discos mais importantes da música maranhense. Onde foi parar a memória com essa informação? Bem o Lances de Agora e um livro das memórias de Chico Maranhão e onde a memória falha a técnica do escritor a sustenta. Esse foi o teor de uma conversa com Celso Borges no terraço do Sebo do Arteiro conversa que aconteceu em boa parte pela ação de Arteiro. Comentara com este da qualidade do livro mas que faltara uma critica do disco escrita por Tinhorao crítico musical que a publicara no Jornal do Brasil. O livro cita o texto de Tinhorao sem o publicar. Desse comentário nasceu a conversa. Um dia para não esquecer.
gostaria
Gostaria de pensar que a grande maioria das pessoas viaja a passeio e para travar conhecimento com outras culturas. Essa e uma visão romântica e ingénua muito centrada nos séculos XX e XXI. Joseph Conrad, escritor de língua inglesa e nascido na Polónia do começo do século XX escreveu Lord Jim como uma forma de responder a pergunta o que faz os homens aceitarem seus destinos ou suas missões. A inspiração do livro veio a partir da visão de um homem vestido todo de branco e que se locomovia pelo porto de Bombaim, cidade da Índia, que nessa época integrava o império britânico. Na região do Baixo Parnaíba de vez em quando se cruza com seres exóticos vindos de outros estados focados em desenvolver seus projetos sociais e económicos nem que seja a custa da existência dos nativos. Nem precisa especular como Conrad fez em Lord Jim. Só ouvir as conversas alheias que subentende o que está em jogo. Num desses hotéis da vida, um casal conversava no corredor sob a escuridão noturna. 200 hectares, o teor mais preciso. E pelo sotaque, o casal provinha do sul. No dia seguinte, o mesmo casal papearia com um senhor sobre negócios agricultura terra e etc. Os gaúchos dificilmente conversam com os nativos a não ser que seja para convence los a venderem suas terras. Mais de dois séculos de Pecuária arroz trigo soja eucalipto e outras culturas podem levar determinadas regiões do sul do Brasil a inviabilidade. Por isso cada vez mais se vê sulistas no cerrado maranhense.
alcantara e guimaraes
Fica se pensando o quão difícil era navegar de Guimarães a Alcântara numa época de barcos a vela de tempestades repentinas de grandes distâncias e de instintos como guias. Fica se pensando o quao mais difícil se tornava a viagem a medida que a chuva engrossava em plena baía de cuma e não se enxergava nada, apenas água vinda por cima e vinda por baixo. De certo que nessas horas a mais sábia providência era procurar uma embocadura para passar a chuva. Dependendo dela se demorar os tripulantes resolviam dormir com os sentidos no amanhecer. Melhor ancorar em águas seguras do que soçobrar em águas revoltas. Escrito isso, fica se sabendo que Sousandrade escritor maranhense nascido em Guimarães possuía seu próprio barco o qual ele mantinha próximo a baía de cuma. Ele usava o barco para o levar até Alcântara onde se hospedaria no casarão herdado do pai. Uma boa incursão pela cidade seria descobrir o real endereço dessa casa para fotografar e raciocinar como vivia Sousandrade entre Guimarães e Alcântara.
comer peixe
Berlin Alexanderplatz, obra prima do modernismo alemão escrita por Alfred Doblin em 1929. Os anos 20 na Alemanha se encaminham para o nazismo. Os anos 20 no Brasil se encaminham para o golpe liderado por Getúlio Vargas em 1930. A opção fascista cai como uma luva nas mãos de uma elite que procura evitar a ascensão das esquerdas. Alfred Doblin em seu livro captou bem o clima que comprime a sociedade alemã e que a conduz ao autoritarismo. No caso do Brasil houve algum escritor que tenha dotado sua narrativa de uma análise premonitória do que se tornaria o Brasil com o golpe? Sérgio Buarque de Holanda cita Doblin em uma de suas críticas literárias. Mera citação ou Sérgio Buarque compreendeu bem o substrato ideológico social que vinha a público com o nazismo? O nazismo foi um fenômeno social econômico mas sobretudo um fenômeno histórico. Que eventos na história da Alemanha contribuíram para o surgimento do nazismo ? E que eventos na história do Brasil contribuiram para o surgimento do getulismo e de outros populismos? A obra de Sérgio Buarque de Holanda de maneira enviesada reflete essa história pouco contada
berlin
Berlin Alexanderplatz, obra prima do modernismo alemão escrita por Alfred Doblin em 1929. Os anos 20 na Alemanha se encaminham para o nazismo. Os anos 20 no Brasil se encaminham para o golpe liderado por Getúlio Vargas em 1930. A opção fascista cai como uma luva nas mãos de uma elite que procura evitar a ascensão das esquerdas. Alfred Doblin em seu livro captou bem o clima que comprime a sociedade alemã e que a conduz ao autoritarismo. No caso do Brasil houve algum escritor que tenha dotado sua narrativa de uma análise premonitória do que se tornaria o Brasil com o golpe? Sérgio Buarque de Holanda cita Doblin em uma de suas críticas literárias. Mera citação ou Sérgio Buarque compreendeu bem o substrato ideológico social que vinha a público com o nazismo? O nazismo foi um fenômeno social econômico mas sobretudo um fenômeno histórico. Que eventos na história da Alemanha contribuíram para o surgimento do nazismo ? E que eventos na história do Brasil contribuiram para o surgimento do getulismo e de outros populismos? A obra de Sérgio Buarque de Holanda de maneira enviesada reflete essa história pouco contada
sergio buarque de holanda
Quem quer escrever algo de relevante em temos de História do Brasil deve ler Sérgio Buarque de Holanda. Ora, pois, ele não e recomendado por essas placas? Recomendar e uma coisa. Aceitar e outra bem diferente. No caso do Brasil, nem se recomenda e nem aceita com facilidade e docilidade. São raras as exceções, e claro, que a vem a ser às recomendações para as provas de vestibular. Sabes o caminho do Sebo, da livraria, do amigo com cara de intelectual. Vai atrás. Os livros de Sérgio Buarque de Holanda nunca foram recomendados para nada. Nem para o curso de agronomia (raízes do Brasil) para o curso de Teologia (visões do paraíso), psicologia (homem cordial) e geografia ( caminhos e fronteiras). Tirando o deboche, Sérgio Buarque deveria ser recomendado porque ele escreve sobre o Brasil ou o Brasil paulista pré independência com o maior discernimento e com a maior presteza que um escritor possa ter. Além disso, Sérgio Buarque escreve sobretudo sobre a cultura indígena. No Brasil o que havia era a cultura indígena e a cultura mestiça.
o que se le
O que se lê ? O que e ler? Ler de tudo um pouco. Bula de remédio, enciclopédia, revista em quadrinhos, Bíblia sagrada, folheto de igreja. Caçava gravuras de batalhas nos livros e muitas vezes os abria ao contrário. Os parentes anos mais tarde brincavam com essa história para se ler o cerrado de forma correta veja o que existe debaixo do solo. O cerrado e um bioma cujas árvores crescem mais para baixo do que para cima. Elas criaram uma rede de comunicação de raizes pela qual conversam seus assuntos. O que elas conversam ? Os centímetros que cresceram ano passado. A quantidade de água que pingou no lençol freático. As tentativas de grilagem de terras e desmatamento como a da empresa JSV geração empreendimentos imobiliária oriunda do Espírito Santo que quis entrar no território da comunidade Baixão dos Loteros em Urbano Santos. E claro que a comunidade não deixou. Mas tem quem queira que a comunidade deixe. O Paulo do cartório de Urbano Santos defende que a comunidade faça um acordo com a empresa.
licenças ambientais
Nos dias 25 e 26 de janeiro de 2022 o então secretário de meio ambiente do estado do Maranhão Diego Rolim estava em seus últimos dias a frente do órgão. Carlos Brandão assumiria a governadoria no lugar de Flávio Dino que faria campanha para senador da república. Espera se que um gestor de um órgão nesses dias faça uma avaliação de suas realizações. No caso da Sema, todo cuidado é pouco porque realizações podem estar associadas a licenças ambientais dadas de forma indiscriminadas. O então secretário Diego Rolim e seu adjunto Júlio Portela nos dias 25 de janeiro e 26 de janeiro assinaram a licença única ambiental e a autorização de supressão vegetal de processos abertos pela Manchester Agroindustrial em 2018 na Sema para desmatar mais de 500 hectares no município de Buriti e plantar soja nesses hectares. Para cada procedimento há um processo. O processo de licença única ambiental só pode ser analisado a partir do momento em que supressão de vegetação e concluída e o empreendedor envia um relatório ao órgão ambiental. Mas... O secretário e seu adjunto assinaram primeiro a licença única e no dia seguinte, como assim no dia seguinte, assinaram a autorização de supressão de vegetação. Se isso não for irregularidade num órgão que deveria primar pelo respeito a coisa pública não se sabe o que isso e. Parece queima de estoque. Estou de saída e vamos liquidar as terras públicas. Vai lá secretário. O pior é que o secretário e seu adjunto autorizaram desmatamento e plantio de soja em mais de 500 hectares de puro cerrado preservado. Alguns dos últimos remanescentes de cerrado do município de Buriti.
historia da ocupaçãp
Para uma história da ocupação há várias histórias de desocupação. Caso prevaleça uma possível ocupação da ilha do Cajual no município de Alcântara, quantas famílias de Quilombolas desocuparão suas terras para dar lugar a um porto? Acalentava uma história da ocupação do rio anil como uma releitura da história de São Luís. Uma paródia, por assim dizer. Um drama. O rio Anil e outros tantos rios deram suas contribuições fartas ao surgimento e ao crescimento de São Luís. Uma história inexplorada ? Se for possível que nesse estágio atual algo continue inexplorado. Tudo já foi explorado de pouco a muito. Um rio uma chapada um babaçual. Uma hora a exploração esgota e esgota se. Propor uma história da ocupação do rio anil pressupõe uma história da desocupação. Os vários galpões erguidos e fechados ao longo da margem tem muito a revelar. Desocupar para nada produzir. O que será da desocupação de Alcântara e das comunidades quilombolas da ilha do Cajual?
os meus matos
Um pouco antes das seis da manhã, ele pressentiu movimentos pela casa. "A senhora vai a feira?""Sim, vou. Não posso ficar sem meus matos""Preciso ir?"" Seria bom". A feira a bem da verdade não era uma feira como se costuma dizer. Umas barracas se disciplinavam sobre a calçada de um desses órgãos da agricultura familiar. Reparou que a maioria dos clientes transparecia idade avançada. "0s meus matos" couberam em uns três sacos plásticos e dariam gosto a comida durante a semana. Essas palavras "os meus matos" constituíam prova de quanto o maranhense descendia da cultura indígena e de que essa cultura aflorava imperturbável. Como na feira, a pessoa vai rapidinho na memória e saca alguma expressão que sirva aos seus propósitos. Essas expressões dificilmente se falam de forma aberta para todos ouvirem. Por receio de incompreensão do grupo social a que se pertence. A sociedade de maneira geral detesta histórias que envolvam questões sociais. O Marcelo, morador do povoado bacaba município de Buriti e descendente de indígena requereu 50 hectares de chapada junto ao Iterma. As empresas Interalli e Manchester Agroindustrial desmataram os 50 e mais 450 hectares. Não sobrou nada. O Marcelo denunciou o desmatamento dos "matos" dele e a resposta dos órgãos foi a de praxe "mande seus dados". Uma resposta diferente porém veio da secretaria de meio ambiente de Buriti " não foi encontrada nenhuma autorização de uso e ocupação do solo assinada por essa administração. E possível que as empresas estejam utilizando autorizações inválidas que passaram do prazo. Isso e usual". A secretaria de meio ambiente de Buriti ficou de oficiar as empresas pedindo toda a documentação.
forma de ler
A sua forma de ler e escrever era imprevisível. Lia por temas e um dos seus temas favoritos era cidade e tudo que se relacionava a ela. Seguia no Instagram um jornalista e historiador que entrevistava historiadores em seu programa na rádio. Certo dia, entrevistaria a historiadora Rafaela Basso que escrevia sobre alimentação em São Paulo do século XVII. Por conta do post, foi atrás dos livros e a leitura levou o a Sérgio Buarque de Holanda. Escrever ia no mesmo caminho. Ficara sem fazer nada e passou a se perguntar porque o navio que transportava o poeta Gonçalves Dias em sua viagem de volta para São Luís vindo da Europa tomara o caminho beirando o litoral de Guimarães na segunda metade do século XIX. E nessa decisão se deu o naufrágio do barco na baía de Cuma entre Guimarães e Alcântara com a morte do poeta Gonçalves Dias. Dessa especulação a mente se revirou em direção ao projeto do porto de Alcântara ou melhor projeto do porto na ilha do Cajual município de Alcântara. Que provavelmente a sua construção se dará na porção da ilha mais próxima de Alcântara e mais próxima do alto mar.
o eterno retorno
Fala se muito do ataque do agronegócio as comunidades tradicionais mas pouco se fala do ataque do agronegócio ao direito de exercer a posse da terra por parte dessas comunidades. O direito de exercer a posse pode estar no coletar de bacuris nas Chapadas das comunidades Vila Borges e Vila Chapéu. Essas comunidades coletavam bacuris nessas chapadas havia décadas e resistiram a várias investidas do agronegócio. Infelizmente não tiveram a menor chance de resistir no momento em que um empresário de São Paulo escudado por documentos fraudulentos desmatou centenas de hectares. Os documentos obtidos por esse empresário negaram o direito dessas comunidades ao exercício da posse. O exercício da posse e um direito que um indivíduo ou uma comunidade consegue por morar naquela ou viver daquela área por seus próprios meios. As comunidades tradicionais e quilombolas são antes de tudo posseiros. O assassinato do seu Edvaldo, liderança do território quilombola Jacarezinho, município de São João do soter, não foi desvendado mas se sabe que os grileiros ordenaram porque a atuação do seu Edvaldo ia no sentido de organizar as posses dos moradores numa grande posse. Caso o trabalho dele continuasse, as posses seriam regularizadas e tituladas em nome das comunidades e para o agronegócio isso e impensável. O agronegócio só aceita regularização da posse se for para entrar no mercado de terras.
fala se muito
vFala se muito do ataque do agronegócio as comunidades tradicionais mas pouco se fala do ataque do agronegócio ao direito de exercer a posse da terra por parte dessas comunidades. O direito de exercer a posse pode estar no coletar de bacuris nas Chapadas das comunidades Vila Borges e Vila Chapéu. Essas comunidades coletavam bacuris nessas chapadas havia décadas e resistiram a várias investidas do agronegócio. Infelizmente não tiveram a menor chance de resistir no momento em que um empresário de São Paulo escudado por documentos fraudulentos desmatou centenas de hectares. Os documentos obtidos por esse empresário negaram o direito dessas comunidades ao exercício da posse. O exercício da posse e um direito que um indivíduo ou uma comunidade consegue por morar naquela ou viver daquela área por seus próprios meios. As comunidades tradicionais e quilombolas são antes de tudo posseiros. O assassinato do seu Edvaldo, liderança do território quilombola Jacarezinho, município de São João do soter, não foi desvendado mas se sabe que os grileiros ordenaram porque a atuação do seu Edvaldo ia no sentido de organizar as posses dos moradores numa grande posse. Caso o trabalho dele continuasse, as posses seriam regularizadas e tituladas em nome das comunidades e para o agronegócio isso e impensável. O agronegócio só aceita regularização da posse se for para entrar no mercado de terras.
acumulaçao primitiva no maranhao
Acumulação primitiva no Maranhão
O Maranhão mantém traços característicos de outras épocas em plena atualidade. Um desses traços e o da acumulação primitiva do capital por parte da elite. Saliente se nessa capacidade de acumulação primitiva a incapacidade do estado do Maranhão em promover o desenvolvimento a partir dos seus próprios meios. Depende de iniciativas de fora para quem sabe angariar fundos. A região da baixada maranhense litoral oeste é uma das regiões onde se encontra maior concentração e diversidade de pescado e mariscos do Brasil. Esse fato não é nenhuma novidade, mas quantos milhões foram investidos para dinamizar a pesca no litoral maranhense? Como se encontra a infra estrutura de portos pesqueiros nos municípios? O governo do Maranhão vem com uma história de incentivar a construção de um porto em Alcântara com a finalidade de exportação de produção agrícola e mineral do oeste maranhense. Olha ai a acumulação primitiva. Retira se do solo as riquezas e exporta se ate esgotar em pouco tempo. A acumulação primitiva do capital pela cultura do café gerou a semana de arte moderna de 1922. A acumulação primitiva do agronegócio e da mineração no oeste maranhense vão gerar o que a não ser a destruição das comunidades tradicionais e quilombolas e de seus modos de produção e de convivência social e humana ?
a sema e a ostra
O capitalismo e uma construção histórica da humanidade. Quer dizer ele não nasceu num passe de mágica e nem por graca divina. As vezes ou quase sempre a humanidade esquece que o capitalismo nasceu a partir de suas necessidades e nesse esquecimento busca opções como a religião em momentos de crise económica social e ambiental. Um desmatamento e um fato histórico que quase nunca e lembrado porque desmatamentos sempre houveram na história. A humanidade se vale do desmatamento para abrir espaco e construir numa direção. O problema é que o desmatamento parece não ter fim. E a perspectiva de não ter fim e a histórica. O filme a história sem fim do alemão Wolfgang pertensen cabe bem nessa ideia. O seu Raimundo morador do povoado anaja município de Pastos bons começou a intuir que o desmatamento na chapada ao redor do seu povoado não teria fim porque os tratores entravam nas bordas quase na área de proteção permanente. Mais de seis mil hectares entre os municípios de pastos bons paraibano e sucupira para plantar soja. Pelo tamanho o IBAMA deveria ter sido consultado e pelo número de municípios afetados audiências deveriam ter ocorrido. Nem uma coisa e nem outra. A Sema como sempre se comporta feito uma ostra. Nada contra as ostras. Tudo contra a Sema.